Arte e engenho de Kika trouxeram alguma justiça ao marcador (crónica)
ESTELA SILVA/LUSA

Portugal-Chéquia, 1-1 Arte e engenho de Kika trouxeram alguma justiça ao marcador (crónica)

Empate com sabor amargo adia decisão de qualificação para terça-feira. Muito desperdício e lances precipitados no último terço. Poderio físico das checas fez-se notar

Podia ter ficado já praticamente selada, mas a qualificação de Portugal para o Euro 2025 vai depender do resultado obtido pelas Navegadoras em solo checo, na próxima terça-feira.

Numa noite histórica no Estádio do Dragão, frente a uma seleção que veio com o claro intuito de ferir a formação lusa em contra-ataque, a turma de Francisco Neto entrou faminta, com os olhos postos na baliza adversária desde o primeiro minuto.

Só nos 10 minutos iniciais, contaram-se três ocasiões de ouro para a equipa das quinas, que dominava o jogo em todas as vertentes. Aos 24 minutos, um momento de magia de Kika Nazareth quase fez levantar o estádio. Com uma tentativa acrobática, à meia-volta, a jogadora do Barcelona ficou a centímetros de marcar um golo do outro mundo.

Portugal continuava a somar aproximações à baliza defendida por Barbora Votíkova, mas seria a seleção checa a inaugurar o marcador no Dragão, contra a corrente do jogo. Num lance ilustrativo do poderio físico da equipa orientada por Karel Rada, a médio Katerina Svitkóva saltou mais alto do que Ana Borges, adaptada a central pelo lado direito, e fuzilou Inês Pereira.

As Navegadoras não baixaram os braços e continuaram a busca incessante pelo golo, que apenas chegaria na etapa complementar.

Kika Nazareth recebeu um passe formidável de Andreia Jacinto na área e bateu a guardiã checa com toda a frieza. Um golo que igualou as contas e deu esperança aos portugueses.

O filme de jogo repetiu-se no segundo tempo, com a Chéquia a abdicar de ter bola e a criar perigo em transições rápidas. Inês Pereira segurou o empate com uma defesa in extremis com os pés: Andrea Stasková estava isolada.

Numa noite desinspirada de Jéssica Silva e Ana Capeta, Francisco Neto lançou armas novas para a frente de ataque na segunda parte, mas o marcador não sofreu mais alterações até ao final.

Portugal demonstrou que tem mais argumentos do que a Chéquia, sobretudo ao nível tático e técnico, mas terá de melhorar os índices de finalização na terça-feira para garantir um bilhete para o Campeonato da Europa.