AFC Wimbledon, Princesa Diana e a 'ovelha negra'
À esquerda, as novas camisolas do Wimbledon. À direita, Diana, na altura com 19 anos, com a camisola da ovelha negra vestida (Instagram/@AFCWimbledon (Esq.) e Tim Graham (Dir.))

AFC Wimbledon, Princesa Diana e a 'ovelha negra'

Clube do quarto escalão inglês vai lançar camisolas de aquecimento cujo lucro será dado a instituições de caridade. O design relembra a famosa peça de vestuário da Princesa de Gales

O AFC Wimbledon, clube da quarta divisão do futebol inglês, pode não estar nas bocas do mundo pelo que faz dentro de campo, mas estará, certamente, a chamar a atenção fora das quatro linhas. O clube britânico anunciou que esta sexta-feira, Sexta-Feira Santa, vai lançar uma camisola especial que os jogadores utilizarão no aquecimento do encontro frente ao Harrogate, cujos lucros reverterão para a War Child e a AFC Wimbledon Foundation, duas associações de caridade.

«As camisolas (que custarão 90 libras [cerca de 105 euros]) vão estar à venda na Loja do Clube juntamente com caixas comemorativas. Os tamanhos vão ser os mesmos que os do nosso equipamento da Umbro», diz o comunicado do clube, que adiciona ainda que já decorre um leilão com várias camisolas assinadas por celebridades. Também as camisolas usadas pelos jogadores serão colocadas à venda após a partida.

Mas então, o que há de especial nesta camisola, que tem chamado tanto as atenções? Acontece que esta é uma parceria entre o Wimbledon e as fundadoras da marca de roupa Warm & Wonderful e o design da peça relembra a de 1979: uma camisola vermelha, com várias ovelhas brancas e uma ovelha negra que se destaca. Mais que o desenho, interessa relembrar quem a tornou famosa: a Princesa Diana de Gales.

A história da ovelha negra

Esta camisola tornou-se viral em 1981, quando Diana a usou um mês antes de casar com Carlos III, atual rei de Inglaterra, na altura príncipe. A peça, utilizada durante um jogo de pólo de Carlos, provocou, já na altura, uma discussão social no Reino Unido, uma vez que destoava dos padrões de moda da realeza. Ainda antes de se casar, Diana já mostrava divergências face à família real.

Diana, na altura com 19 anos, usou esta camisola para assistir a um jogo de pólo do Príncipe Carlos, com quem se viria a casar no mês seguinte (Tim Graham)

Esta é, também, a mais cara camisola da história dos leilões de moda. A peça, que continha um pequeno rasgão na manga (em 1983, a marca Warm & Wonderful fez questão de enviar uma nova, após a família real ter pedido que esta fosse remendada), foi colocada a leilão pela Sotheby’s, que esperava arrecadar cerca de 60 mil euros com ela. Resultado: 1,1... milhões. «Enquanto uma das mais fotografadas mulheres de toda a história, ela tomou a decisão de usar esta camisola em público, não uma, mas duas vezes, reforçando a ideia de que esta era uma peça com muito valor pessoal para a ‘Princesa do Povo’», diz Cynthia Houlton, chefe de Moda e Acessórios da Sotheby’s.

Camisola da Princesa Diana em leilão na Sotheby's, vendida por 1,1 milhões de euros (IMAGO)

É esse o efeito que tem esta camisola: Diana, sempre vista como alguém à margem daquilo que era a ideia pública da vida na realeza - algo que, por consequência, a aproximava do povo - usava uma camisola que, de alguma maneira, representava a forma como era vista dentro do seio da família real. Não há justificação sobre a lógica por trás da escolha deste design, mas não há dúvida que, em termos de chamada de atenção, o Wimbledon acertou em cheio.

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