Martín Anselmi na sala de imprensa do MetLife Stadium, em Nova Jérsia, na antevisão ao duelo com o Palmeiras (Foto: A BOLA)
Martín Anselmi na sala de imprensa do MetLife Stadium, em Nova Jérsia, na antevisão ao duelo com o Palmeiras (Foto: A BOLA)

Adaptação de Gabri, objetivos no Mundial e elogios a Abel: tudo o que disse Anselmi

Treinador do FC Porto projetou embate com o Palmeiras, naquele que será o duelo de estreia dos dragões no Mundial de Clubes

NOVA JÉRSIA - Martín Anselmi projetou, na sala de imprensa do MetLife Stadium, em Nova Jérsia, o primeiro jogo do FC Porto no Mundial de Clubes, agendado para este domingo, frente ao Palmeiras.

O que esperar do Palmeiras

«Conheço a grandeza de um clube como o Palmeiras porque venho da América do Sul. Sabemos que vai ser intenso, que têm um grande treinador, que já conquistou muitos títulos. Todos os jogos nesta fase de grupos são muito importantes, não há margem de erro. Espero um duelo intenso, bem disputado, com duas equipas que vão pensar na baliza rival e vão querer ficar com os três pontos.»

Competição mais especial da curta carreira?

«No final das contas, quando sonhamos em ser treinadores, sonhamos desfrutar de momentos como este. Já estive em finais na América do Sul, no México, e sem dúvidas que disputar um Mundial de Clubes, a defender as cores do FC Porto, um clube campeão do mundo, vai ser especial. Ainda para mais, tendo em conta que será a minha primeira vez. Vamos ter a sorte e o privilégio de estar aqui. Nesse sentido, desfruto muito do presente. Também queria muito estar de férias, mas não estar significa que estamos onde queremos estar. Poder competir desperta-me muito entusiasmo. Ter equipas diferentes, de diferentes lugares do mundo, de diferentes formas de jogar futebol, é algo que nos faz evoluir. Como treinador, é enriquecedor.»

Estado do relvado

«Não tive a sorte de pisar ainda o campo. Sei que foi montado há poucos dias e, nesse sentido, espero que possa estar nas melhores condições possíveis. É igual para as outras equipas. Estamos habituados a jogar num relvado mais curto, o Palmeiras talvez em sintéticos. E faz parte conseguir essa adaptação o mais rápido possível. Mas não vai ser uma desculpa.»

Equipas em competição podem partir em vantagem?

«Competir é sempre o melhor. O calendário foi feito assim e nós demos as férias necessárias aos jogadores. Conseguimos treinar bem, fizemos particulares, até fomos a Marrocos jogar contra uma equipa que vai disputar o Mundial. Acho que vamos ser competitivos.»

Passagem aos oitavos de final

«Gosto de pensar no jogo de amanhã. Pensar no futuro não nos favorece nada. No final das contas, o presente é aquilo que podemos controlar. Parece-me que o mais importante é o jogo de amanhã, depois o próximo e assim sucessivamente. Traçar metas seria limitar-nos. O FC Porto tem de competir como o emblema assim exige, e a partir daí veremos até onde conseguiremos ir. Claro que gostaríamos de estar cá até ao último dia.»

Pode ganhar mais confiança dos adeptos consoante o resultado nesta competição?

«A época continua a ser a mesma, é uma continuidade. Durante o processo, conseguimos fazer muita coisa que talvez seja invisível no dia-a-dia. Acredito que nas últimas jornadas já vimos um FC Porto mais maduro na hora de controlar o jogo, que sabe onde e quando explorar diferentes vantagens, que consegue defender quando o jogo assim exige, quando temos um jogador expulso, por exemplo. Tivemos momentos bons, outros onde se nota que precisamos de melhorar, como contra o Nacional. O nosso objetivo agora é melhorar, encontrar esse equilíbrio e conseguir mais momentos do FC Porto que queremos ver. Competir vai ajudar-nos a fazer isso.»

Como tem corrido a integração de Gabri Veiga e pode o médio ser já titular?

«Encontrei um jovem muito inteligente. Gosta de jogar, gosta da parte tática e isso é sempre bom para um treinador. Depois, claro que precisa de se adaptar ao nosso modelo, tal como os outros jogadores. À nossa forma de treinar, ritmos, intensidades... Mas quando um jogador é bom, adapta-se mais rápido. E isso pode ver-se nos treinos que fizemos. Se pode ser titular? Todos os jogadores que estão a treinar e que vieram até aos Estados Unidos podem sê-lo. É uma questão de esperar algumas horas.»

Jogo mais importante da fase de grupos?

«É o jogo mais importante porque é o próximo. E quando terminar, o mais importante vai ser o seguinte. Isso é olhar para o futuro, pensar que, se não ganharmos, os jogadores vão estar mais pressionados. Gosto de olhar para as coisas de maneira diferente. Este é o mais importante e o resultado não nos vai definir. Se não ganharmos, significa que não vamos poder relaxar. O resultado não define o que queremos ser. Queremos ser competitivos. Este é o mais importante e temos de o preparar como tal.»

Ausência de Diogo Costa por lesão

«Temos o Cláudio [Ramos]... Que é grande e já nos representou em várias ocasiões. É um dos capitães, está preparado, já esteve em jogos importantes. Somos uma equipa. Quando não pode jogar um jogador como o Diogo Costa, que sabemos o que representa, aparece o Cláudio. Confiamos plenamente nele.»

Jogo sem mistérios? Martín conhece futebol brasileiro e Abel conhece o FC Porto

«Enquanto equipa técnica, já nos calhou defrontar várias vezes equipas brasileiras. Nunca defrontei o Palmeiras nem o Abel. Ele conhece bem o futebol português, e nós conhecemos bem o futebol brasileiro. Mas do outro lado há um grande treinador, que terá o seu plano de jogo, e nós temos a mesma tarefa. Medir forças com eles, ver como estão, olhar para o trabalho no Brasileirão, na Libertadores... Tentar encontrar padrões de jogo e contrariá-los.»

Época menos conseguida

«O nosso trabalho é entender os porquês e, a partir daí, tentar melhorar e corrigir o que não estamos a fazer tão bem. Cada jogo foi diferente, cada semana foi diferente. E acredito que aqui também vá ser diferente. Não acho que o passado tenha influência aqui. Agora arranca uma competição nova e isso é suficiente para ter o foco e o desejo de fazer o melhor possível. Palmeiras? Até responderia, mas como não olhou para mim durante toda a resposta, prefiro passar para a seguinte...»

Futebol europeu está muito à frente do brasileiro?

«Acredito que o Brasileirão é uma das ligas mais importantes do mundo. A cada fim-de-semana há jogos muito competitivos, porque há muitas equipas que começam o campeonato com a possibilidade de se sagrarem campeãs. Há uma hierarquia na própria liga. Acredito que, nesse sentido, é a competição mais dura do mundo. A nível económico também não há muita diferença, o Palmeiras também gastou recentemente quase 90 milhões de dólares... Acho que o Brasil soube 'cortar' essas diferenças. É uma das equipas mais importantes da América do Sul. Mas nós somos o FC Porto, temos uma história muito grande, grandes jogadores, e com tudo o que isso significa vamos competir da melhor maneira possível. Essas comparações não fazem muito sentido. Em todo o lado se joga bem, em todo o lado há coisas boas e menos boas. No Brasil compete-se muito bem e parece-me que o Brasileirão está entre as melhores ligas do mundo.»

Análise ao Palmeiras

«O Palmeiras é uma equipa que ataca bem a profundidade. Temos de estar muito atentos a isso. Sabem jogar no contra-ataque, nas transições. Sabem que têm de ser fortes e intensos nos duelos. O Estêvão pode ter a capacidade de, num um contra um, criar uma oportunidade. Ainda assim, estamos preparados. Queremos pensar em nós e ter a nossa essência, a de controlar o jogo, ganhar a bola o mais rapidamente possível, de sermos protagonistas. Somos o FC Porto e temos de ir atrás dos 3 pontos. Pensamos em nós. Quanto mais tivermos a bola, menos dano o Palmeiras fará.»

Já defrontou Flamengo e São Paulo

«São equipas que têm boas individualidades e é preciso estarmos focados nos duelos. São jogadores que podem causar danos. Gostamos de ter a bola e, quanto mais a tivermos, menos esses jogadores a terão. A partir daí, tentaremos controlar o jogo. Quando não tivermos bola, vamos tentar recuperá-la o mais depressa possível. Acho que aí estarão os pontos chave do jogo de amanhã. Que amanhã também corra bem.»

Objetivo do FC Porto

«Competir a cada jogo, a começar já neste primeiro. Queremos ser competitivos na maior parte do tempo. Estar no presente, estar em cada ação, juntos. Temos de ser intensos na pressão, a atacar como gostamos, a encontrar os pontos fracos do rival, entendendo os momentos do jogo. O nosso objetivo é estar focados no trabalho, no plano de jogo, e a partir daí estamos mais perto de ganhar cada jogo.»

Treinadores portugueses e argentinos

«Posso falar do que encontrei em Portugal. Encontrei um Portugal muito tático, onde as equipas trabalham bem a parte defensiva. É difícil encontrar os caminhos para a baliza. São todas equipas muito compactas, que defendem muito juntas, e que trabalham isso muito bem. Mas eu gosto de ter a bola, de assumir o jogo. Já enfrentámos equipas que não têm o mesmo tamanho do FC Porto e que jogaram de igual para igual. E isso depois vai lá para fora. A última edição do Brasileirão ganhou um português, por exemplo. Há portugueses em todo o lado e são sempre competitivos. A Seleção Portuguesa acaba de ser campeã da Europa... Nesse sentido, estão no centro do mundo. Nós, os argentinos, também fazemos muita coisa boa...»

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