Bola do Dia Querem ver que a culpa é de Pinto da Costa?!

OPINIÃO25.02.202511:11

A fase decisiva da temporada é gatilho para pressão fora do campo, agora com o Sporting a dar o mote

Ao reservar hora na Sporting TV, na passada sexta-feira, Frederico Varandas não estava propriamente preocupado em justificar a onda de lesões no plantel, a saída antecipada (mas anunciada atempadamente por A BOLA) de Hugo Viana para o Manchester City, ou o silêncio perante a morte de Pinto da Costa. O presidente do Sporting tinha uma mensagem clara: dizer que o critério da arbitragem «é diferente para os rivais».

Apenas dois dias depois, ao empatar na Vila das Aves, desperdiçando dois golos de avanço — e o resto da vantagem que tinha na tabela classificativa —, o treinador leonino seguiu o discurso do patrão e queixou-se do critério do VAR. Não apontou nenhum erro crasso e concreto à equipa de arbitragem liderada por Fábio Veríssimo — que até podia ter exibido mais cedo o cartão vermelho a Diomande —, focou-se sobretudo no tal critério do vídeoárbitro — que não teve possibilidade de intervir no lance do golo de Gyokeres, uma vez que a equipa leonina ainda voltou ao meio-campo defensivo, depois de Fresneda ter tocado a bola em posição irregular.

O queixume do Sporting, em dificuldade perante as infinitas lesões na equipa, deve-se apenas à fase da temporada em que entramos, o que justifica também as respostas apressadas de Benfica e FC Porto, que não quiseram perder o timing da pressão.

Ontem, na tomada de posse da nova direção da FPF, depois de alguns momentos de boa disposição partilhados com Rui Costa, e com André Villas-Boas a duas cadeira de distância, Varandas afirmou que «acontecem coisas estranhas com o VAR no Dragão» e acusou o Benfica de «atirar areia para os olhos das pessoas e achar que todos são estúpidos».

Só os tolos — para não dizer outra coisa - é que acreditam numa realidade alternativa, uma ilusão que Proença quis alimentar na tomada de posse, ao pedir união a uma «nova geração de dirigentes». Os mais distraídos ainda vão dizer que o responsável pelo ruído dos últimos dias é Pinto da Costa.

P.S.: O lance do segundo golo do Sporting pode servir de caso de estudo para uma indispensável reflexão em torno do ponto do protocolo que impede a intervenção do VAR. Nada contra situações em que a equipa prejudicada chega a recuperar a posse de bola, a dada altura, mas não faz sentido que a apregoada verdade desportiva passe para segundo plano para cá da linha de meio-campo.