Seleção feminina deixa o Euro 2025 com apenas um ponto e dois golos marcados e oito sofridos (Foto Nuno Veiga/Lusa)

Inevitável: Francisco Neto e Rui Jorge chegaram ao fim da linha

Num ano 2025 que já rendeu a Portugal uma Liga das Nações e o título europeu Sub-17, não há como destacar pela negativa as prestações dos Sub-21 e das Navegadoras

Sim, houve duplo ouro na Liga das Nações, conquistada pela Seleção orientada por Roberto Martínez, e no Euro sub-17, com Portugal brilhantemente comandado por Bino Maçães. Mas a verdade é que também houve enormes desilusões, em particular nos Sub-21, em junho, e agora com as Navegadoras, que esta sexta-feira deixaram o Euro 2025 sem glória e sem brilho, a par do que sucedera, um mês antes, na Liga das Nações feminina.

É certo que, à luz do que era o futebol feminino há 15 anos, a evolução é brutal e deve-se em grande parte ao fantástico trabalho do selecionador Francisco Neto desde 2014. Não há, porém, lugares vitalícios, nem sequer na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), onde vários treinadores protagonizam longas carreiras, nem sempre com os resultados mais desejados (e raramente com consequências). Há, contudo e inevitavelmente, ciclos que terminam e o de Neto, a par do de Rui Jorge nos Sub-21 (já lá iremos...), parece ter chegado ao fim.

Francisco Neto é o selecionador feminino desde 2014 (foto Nuno Veiga/Lusa)

O salto qualitativo que se esperava, quando hoje as futebolistas portuguesas jogam num nível cada vez mais elevado, representando emblemas de topo, quer em Portugal, quer, sobretudo, em Espanha, nos EUA e no México, não aconteceu. Aliás, ao terceiro Europeu da história lusa, o que se viu foi uma equipa fraca em ideias, com um fio de jogo ineficaz e sem capacidade concretizadora.

Resultado: apenas um ponto na fase de grupos e somente dois golos marcados e oito sofridos, num registo pior do que em 2017, quando se registou uma vitória e 3-5 em golos, e do que em 2022, quando conseguiu, igualmente, apenas um empate, mas marcou quatro golos, encaixando 10.

Juntando a estes dados o facto de, nos 10 jogos realizados em 2025, Portugal ter apontado só 7 golos e sofrido 29 (!) torna-se claro que há uma necessidade de mudança rumo ao tal salto para o patamar seguinte que, decerto, a FPF, agora liderada por Pedro Proença, deseja.

Também no fim da linha tem de estar Rui Jorge depois de 15 anos como timoneiro dos Sub-21, com os quais conquistou... zero títulos. Defensor da ideia (a meu ver, errada) de que o escalão serve, acima de tudo, para formar jogadores que estão à porta da Seleção A, Rui Jorge acabou por mostrar-se incapaz de formar para ganhar — esquecendo, quiçá, que, com jogadores de 21, 22 e, até, 23 anos, vencer e conquistar troféus tem de obrigatoriamente fazer parte da formação do ADN que se pretende na transição para os AA.

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