Hoje é Dia do Trabalhador. E os futebolistas?
No dia 1 de maio celebra-se o Dia do Trabalhador, uma data que homenageia todos os que, com esforço e dedicação, contribuem para o progresso da sociedade. Mas será que os futebolistas profissionais se enquadram nesta celebração? Apesar de muitas vezes serem vistos apenas como estrelas milionárias, a realidade é bem mais complexa.
De acordo com dados da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o salário médio na I Liga é de 14.500 euros mensais. No entanto, se excluirmos os três grandes clubes (Benfica, FC Porto e Sporting), essa média desce para 6.500 euros. Na II Liga, os vencimentos são ainda mais modestos, rondando os mil euros por mês. Estes números demonstram que, para a maioria dos jogadores, a realidade está longe dos salários milionários frequentemente divulgados.
Além das questões salariais, os futebolistas enfrentam uma carga competitiva intensa. O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, alerta para o «crescimento galopante da sobrecarga competitiva», referindo que alguns jogadores chegam a disputar até 80 jogos por época, com períodos mínimos de recuperação entre partidas. Este contexto não só aumenta o risco de lesões, como também tem impacto na saúde mental dos atletas.
O futebol profissional em Portugal é uma indústria significativa, gerando receitas superiores a mil milhões de euros na época 2023/24 e contribuindo com mais de 200 milhões de euros em impostos para o Estado. Ainda assim, muitos atletas enfrentam instabilidade laboral, com contratos de curta duração e falta de garantias para o futuro.
Neste Dia do Trabalhador, é fundamental reconhecer que os futebolistas são, mais do que tudo o resto, trabalhadores. Merecem condições laborais dignas, proteção social adequada e reconhecimento pelo contributo que dão ao desporto e à sociedade. A valorização do futebolista enquanto profissional é um passo fundamental para a justiça e equidade no mundo do desporto.