Nuno Reis distingue as posições de Sporting e Benfica na ausência de mensagens de pêsames ao FC Porto
0 seconds of 2 minutes, 34 secondsVolume 90%
Press shift question mark to access a list of keyboard shortcuts
A Seguir
SNTV-Amorim Pós Jogo West Ham
01:16
00:00
02:34
02:34
 

FC Porto: Santo Varandas e Papa Pinto da Costa

OPINIÃO23.02.202508:15

Presidente do Sporting Varandas jamais enviaria condolências a quem chamou corrupto e bandido. Diz que é tudo institucional, mas foi mesmo pessoal. Rui Costa está mudo e surdo sobre o assunto

J á se perspetivava que a morte de Pinto da Costa criaria ondas de choque dos mais variados quadrantes e que os rivais de Lisboa iriam pura e simplesmente ignorar o assunto, evitando qualquer ato institucional como o envio de condolências ao FC Porto, tendo em conta o estado de guerrilha que o ex-dirigente, epitetado de Papa e Sumo Pontífice pela nação portista, travou durante mais de 40 anos contra aquilo que considerava o poder instalado do futebol português pelos dois grandes de Lisboa.

Se Rui Costa continua mudo e surdo sobre o assunto, certamente preocupado com o que o universo benfiquista iria dizer se o Benfica emitisse uma nota de pesar sobre o homem que fez o rival nortenho ostentar a hegemonia do futebol nas últimas quatro décadas — o mesmo que chegou a cumprimentar de forma elegante o ex-presidente dos dragões nos camarotes do Dragão e do Estádio da Luz até ter espoletado uma reação negativa por parte dos benfiquistas —, já Frederico Varandas, no alto do seu pedestal, veio a terreiro na Sporting TV justificar o motivo pelo qual não apresentou os pêsames ao FC Porto pela morte de Pinto da Costa. Disse que o fez de forma institucional, mas foi mais pessoal do que se possa pensar. Quem chama bandido e corrupto não consegue, mesmo num momento de alguma lucidez, lamentar a morte de Pinto da Costa.

Mas Frederico Varandas, chamado de santo pela newsletter Dragões Diário, quis ir mais longe na sua entrevista e acusou o FC Porto de ser beneficiado pela arbitragem quando todos os grandes têm telhados de vidro. O presidente do Sporting não percebeu que a instituição FC Porto é agora dirigida por André Villas-Boas, que reclama uma aura nova para a indústria futebol e também tem os mesmo princípios que diz defender.

Atacou forte o FC Porto e levou troco, mas o que mais espanta é que o dirigente leonino está mais preocupado com quem vai em terceiro lugar nesta altura do que o vizinho da Segunda Circular e resolveu hostilizar as hostes azuis e brancas num momento de dor e de fraqueza desportiva. Argumenta que se enviasse condolências estaria a ser hipócrita e que isso não faz parte do seu ADN, mas abriu uma ferida que jamais irá sarar no coração dos portistas. Não se importa com isso, seguramente, mas haverá no reino do dragão quem não se reveja em mais uma atitude petulante.

Curioso não deixa de ser o facto de também ter escolhido esta altura, em que deixou de ter uma almofada grande em termos pontuais, para lançar um ataque desesperado à arbitragem. As grandes decisões aproximam-se a passos largos e Frederico Varandas está a dar tudo pelo bicampeonato, mas utilizando as mesmas armas que criticava Pinto da Costa de utilizar amiúde, com a mira apontada aos árbitros e a quem os dirige.

Por último, uma palavra para as exéquias fúnebres de Pinto da Costa, que deveriam ter tido mais dignidade. Porteiros a validarem quem entrava na igreja, a comerem fast-food e a beberem dentro do espaço, marijuana à discrição e jornalistas ameaçados fisicamente. Só faltou mesmo cobrarem bilhetes...