Yolanda Hopkins: «Sinto-me super feliz, sou a primeira»
«Este era um objetivo que já tinha há muito tempo, conseguir chegar à elite. Sinto-me super feliz por ser a primeira portuguesa, mas espero não ser a última a ter a possibilidade de representar Portugal no Championship Tour», começou por declarar Yolanda Hopkins a A BOLA, depois de, esta quinta-feira, na Praia de Itaúna, no Rio de Janeiro, ter garantido a passagem às meias-finais da etapa brasileira do Challenger Series de Saquarema Pro e com isso assegurado a ambicionada qualificação para o Championship Tour de 2026.
Principal circuito da Liga Mundial de surf (WSL) e objetivo que lhe escapara, há duas semanas, no Ericeira Pro, onde terminou no 3.º lugar.
Na próxima temporada irá competir num exclusivo patamar onde, até hoje, o país apenas conseguiu ter dois surfistas masculinos: primeiro Tiago ‘Saca’ Pires (2008-2015), e depois Frederico Morais (2017-2018, 2021-2022).
«Estou bastante contente e com isto espero conseguir abrir portas às gerações seguintes e que essas gerações mais novas acreditem na possibilidade de atingirem o objetivo de chegarem ao CT», completou a duas vezes olímpica, 5.ª classificada em Tóquio-2020.
Para atingir as semifinais, nos quartos de final Yolanda, de 27 anos, levou a melhor face a Ellie Harrison ao somar 10.67 pontos (6,17, 4.50) nas suas duas melhores ondas, face aos 10,07 (5,50, 4,57) da australiana, de 20, que assim termina em 5.º, após o 17.º lugar em Portugal.
Nas meias-finais, Hopkins terá pela frente mais uma australiana, a veterana Sally Fitzgibbons, de 34 anos, que também deverá ter acesso ao Championship Tour, onde já competiu durante anos, ganhou 12 etapas e foi três vezes vice-campeã do mundo (2010, 2011 e 2012) da WSL. Na outra meia estarão as irmãs bascas Annette e Janire Gonzalez Etxabarri.
«Só queria dizer a toda a gente em Portugal: Consegui! Finalmente! Vamos estar no Tour [CT] a representar Portugal, estou bué feliz e quero mesmo agradecer a toda a gente que tem a ver e a apoiar ano atrás ano e que espero ter representado bem e que vocês estejam felizes. Vou tentar dar o meu melhor no CT e levar a bandeira portuguesa o mais longe possível», havia dito já Yolanda à organização depois de sair da água com a qualificação assegurada.
Com apenas sete vagas para o Championship Tout no sector feminino, nos homens são dez, quando faltam duas etapas das Challenger Series, a francesa Tya Zebrowski (33,375 pts) e Yolanda (29,460) são as únicas já com visto para 2026. Fitzgibbons (26,410) é 4.ª e a também portuguesa Francisca Veselko (20,615) está em 5.ª. Já Teresa Bonvalot (16,126) surge no 11.º posto, mas a apenas 285 pts da 7.ª, a japonesa Amuro Tsuzuki.