Um ano de prisão pedido para antigo médico da ex-equipa de Nairo Quintana
O ministério público de Marselha pediu um ano de prisão, com pena suspensa, multa de 5000 euros e proibição por cinco anos de qualquer atividade relacionada com um organismo desportivo, para o médico colombiano Fredy Gonzales Torres, acusado de fornecer substâncias proibidas a corredores da equipa francesa Arkéa-Samsic, incluindo os seus compatriotas Nairo Quintana, vencedor do Giro de Itália em 2014 e da Vuelta a Espana em 2016 e três vezes pódio à geral no Tour de França, e o seu irmão Dayer.
O julgamento de Fredy Gonzalez Torres está a decorrer e a leitura da sentença está marcada para o próximo dia 2 de abril.
Em 16 de setembro de 2020, durante o Tour, realizado mais tarde no calendário devido à pandemia de covid-19, foram apreendidos equipamentos e medicamentos, principalmente no quarto de Gonzalez, no decurso de buscas a um hotel em que a equipa francesa estava alojada.
O médico colombiano enfrenta acusações de «posse de substância ou método proibido para utilização por um atleta sem justificação médica.
A procuradora Marion Chabot considerou que este caso «vai além do conjunto de provas recolhido», enquanto o advogado de Fredy Gonzales Torres defendeu que «nenhum produto dopante foi apreendido» e requereu que o seu cliente fosse absolvido.
Este caso nada tem a ver com o resultado positivo de Nairo Quintana para tramadol durante o Tour de 2022, que resultou na desclassificação do corredor colombiano da prova francesa pela União Ciclista Internacional (UCI).
À data, este analgésico não constava na lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidopagem (AMA) - passou a ser a partir de 1 de janeiro de 2024 -, mas era proibido pela UCI em competição, sob alegação de implicar riscos para a saúde dos corredores (vulgo, violação das regras médicas).
Nairo Quintana recorreu da desqualificação (tinha sido oitavo na geral da Grande Boucle), alegando «desconhecer totalmente» o uso de tramadol e alguma vez tê-lo utilizado. No entanto, o recurso do colombiano foi rejeitado pelo Tribunal Arbitral do Desporto.