Avançada luso-americana recorda primeira convocatória de Francisco Neto

Stephanie Ribeiro: «Chegar aos quartos de final do Euro é um objetivo»

Aos 31 anos, goleadora luta por bilhete para a Suíça para cumprir um sonho de carreira. Do futebol universitário ao estraletato no México, os golos e a resiliência são principal cartão de visita

Stephanie Ribeiro nasceu em Rhode Island, nos Estados Unidos, mas as raízes portuguesas maternas precipitaram um casamento improvável com a Seleção Nacional. Aos 30 anos, a avançada do Pumas estreou-se pela equipa das Quinas com um golo diante de Malta (3-1), a 16 de julho de 2024.   

Um ano depois, a goleadora figura na lista de 26 atletas pré-convocadas por Francisco Neto para o Campeonato da Europa e alimenta o sonho de concretizar um objetivo de carreira. Apesar de nunca ter jogado em Portugal, esta época apresenta um cartão de visita invejável que a coloca à porta do sonho: 25 golos marcados em 32 jogos disputados. 

Em entrevista a A BOLA, Stephanie Ribeiro demonstra ambição para o Campeonato da Europa, explora as ligações a Portugal e pisca o olho ao futebol português.

-Foste convocada sem nunca teres jogado em Portugal. Como é que isso aconteceu? 

-o treinador viu que estava a ter uma boa temporada no México, contactou-me e continuo aqui. 

-Logo na primeira internacionalização estreou-se a marcar... 

.Foi incrível, a melhor sensação que já tive em campo. Nem consigo traduzir isso em palavras, foi incrível. 

Stephanie estreou-se a marcar pela equipa das Quinas em Leiria (FPF)

- Neste momento o grupo conta com 26 elementos, mas ainda vai ser reduzido para 23. Como é que se gere a incerteza sobre quem vai ser cortada? 

-É difícil, mas ainda temos mais alguns dias e acho que o estágio está a correr bem, todas são muito competitivas. O treinador tem um trabalho difícil (risos). 

-A lesão da Carolina Mendes impulsiona as chances de figurar na lista final? 

-Não penso nisso, espero apenas que ela tenha uma recuperação rápida. O qur a acontecer, aconteceu, mas a minha mente não está aí.  

-Quais são os principais objetivos para Portugal neste Europeu?  

-Competir e passar a fase de grupos. Já fomos lá duas vezes e agora qualificámo-nos de novo. É só continuar a  avançar e tentar melhorar. Chegar aos quartos de final é um objetivo. 

-A prestação na Liga das Nações que culminou na descida à Liga B pode baixar as expetativas? 

-Os adeptos são muito leais e vão continuar a apoiar-nos. O espírito da equipa não piorou, estamos motivadas e queremos somar vitórias. 

- Jogar com a Bélgica e com a Espanha pela terceira vez em menos de um ano pode ser benéfico?  

- É positivo, na Liga das Nações não conseguimos os resultados que queríamos, mas vamos aprender e  fazer o nosso melhor no Euro. 

- Qual é a sua ligação mais forte a Portugal?  

- A minha mãe nasceu em Chaves e depois mudou-se para os Estados Unidos com a família. Depois eu nasci lá 

- Consegue acompanhar o futebol português no México? 

- Os meus tios são grandes fãs do FC Porto, por isso sei o que se passa. 

- Jogar em Portugal é um objetivo? 

- Talvez eventualmente, mas agora estou a aproveitar o México. É muito profissional, a liga está a crescer. Tenho mais anos de contrato com o Pumas, mas quem sabe o que o futuro reserva. 

O Pumas foi casa nas duas últimas épocas (X-Pumasfemeni)

- Cresceu  nos Estados Unidos e formou-se  na Universidade. Qual foi a influência que isso teve no seu percurso como jogadora? 

- Ajuda profissionalmente. Dá-te mais tempo para aprender sobre o jogo e o conhecer o corpo. Aprendi muito e ganhei diversos recursos ao ir para a Universidade de Connecticut. Permitiu ganhar experiência. 

- Aos 31 anos, tem algum objetivo de carreira por cumprir? 

- ­Estar no Europeu (risos). 

- E jogar na Champions League? 

- Talvez, mas neste momento estou com os olhos postos no Euro. Um passo de cada vez.