Rui Borges sagrou-se campeão nacional ao serviço do Sporting, depois de ter assumido o comando técnico em dezembro
Rui Borges sagrou-se campeão nacional ao serviço do Sporting, depois de ter assumido o comando técnico em dezembro (Miguel Nunes)

Sporting: «Todos deviam viver a festa no Marquês uma vez na vida»

Rui Borges deu entrevista ao jornal do clube, realçando momento inesquecível que foi a conquista do título. Enaltece o apoio da família e disse com orgulho: «Toda a gente se vai lembrar do rapaz de Mirandela que foi bicampeão pelo Sporting»

Dias depois da consagração como campeão nacional o treinador do Sporting, Rui Borges, em entrevista aos meios de comunicação do clube, abordou vários momentos da sua trajetória, com destaque, claro, para a festa de campeão.

«Foram muitos meses, muitas semanas e muitos dias de ansiedade e stress que levam a um cansaço enorme. O dever foi cumprido e a felicidade é indescritível. A festa, o Marquês… Estamos no trajecto e queremos que o dia não acabe. Toda a gente devia viver aquilo uma vez na vida. Tenho visto muitos vídeos e fotografias a sorrir o dia todo. Há que desfrutar do momento, mas a partir de agora o nosso foco está na final da Taça de Portugal», realçou.

«A primeira imagem que tenho é sempre da minha família. É uma alegria imensa sentir que estão orgulhosos e felizes por tudo o que o filho, o pai, o neto, o tio e o padrinho, com muito trabalho, conquistou. A felicidade deles é a minha. Depois, apareceram aqueles segundos no final do jogo, o trajetoaté ao Marquês… Não dá para descrever e por isso é que digo que toda a gente devia passar por aquilo uma vez na vida. Para mim foi a primeira e espero que seja a primeira de muitas. É impossível não sorrir durante o caminho todo», acrescentou.

Na conferência de imprensa após a conquista do título definiu-se «apenas um rapaz de Mirandela que acreditou num sonho». Questionado sobre o balanco que faz do seu percurso, Rui Borges respondeu assim: «Foi tudo tão rápido e parece que temos muitos anos, mas não. Foi muito trabalho, acreditámos desde o primeiro dia.»

De sorriso rasgado com a medalha de campeão (Sporting CP)

«Tenho de falar da minha equipa técnica, porque lhes devo muito. Este ano, no Sporting, adicionámos o Luís Neto, o Gonçalo Álvaro, o Pedro Cardoso, o Tiago Ferreira e o Hugo Tecelão, que têm sido incríveis. Temos um dia a dia muito leve e humilde e focado no trabalho. Depois, o Zé Pedro [Meireles], que era um rapaz que apanhava cones em Mirandela. Quando fui lá treinador, disse-lhe para seguir a parte de análise porque se um dia tivesse sorte ia levá-lo comigo. Hoje é um grande analista. O Fernando Morato é o meu braço direito e é um miúdo que procura todos os dias ser melhor. Tem ideias muito próprias e tem-me feito crescer imenso como treinador e pessoa, assim como o tenho feito crescer a ele. O Ricardo Chaves foi o meu último treinador quando eu era jogador e identifiquei-me com ele. Teve um passado bonito como jogador e achei que podia acrescentar muito, tem sido fantástico. O Tiago Aguiar juntou-se na época passada, em Moreira de Cónegos, num primeiro momento devido ao nível de treinador, mas depois percebemos que tinha os nossos valores. É muito diferente de todos e acrescenta. Olho para todos eles pelos valores que têm e o resto é trabalho, porque não nascemos ensinados e vamos aprendendo. Todos aprendemos imenso.»

«Toda a gente se vai lembrar do rapaz de Mirandela que foi bicampeão pelo Sporting», rematou.

«Rui Borges, campeão nacional 2024/2025, o treinador que conquistou o bicampeonato pela primeira vez desde 1954». Esta frase já lhe soa normal ou ainda é estranho?
«Soa-me a felicidade. Tenho defeitos e virtudes, ainda tentei ser estudante universitário e a maioria dos grandes treinadores ou foram grandes jogadores ou estudaram como José Mourinho, que era o maior ícone quando sonhei ser treinador. Carlos Queiroz também marcou uma mudança de paradigma. Não fui um grande jogador nem tenho uma licenciatura, mas fiz as coisas à minha maneira, com a minha ambição e capacidade de trabalho. Nunca me achei melhor do que ninguém, mas também nunca me achei pior. É um sentimento de orgulho e é isso que me deixa feliz. Mais do que qualquer troféu.»

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A festa está feita, mas a época ainda não. Após o histórico bicampeonato, segue-se a Taça de Portugal, já no domingo, e a dobradinha ao alcance.
«É um sonho de pequenino. Claro que o maior sonho era ser campeão nacional e felizmente concretizei-o, mas como venho de escalões inferiores o primeiro sonho era disputar a final da Taça de Portugal por toda a beleza, o envolvimento, a cultura. Poder estar numa vai ser dos momentos mais marcantes da minha vida. Quando estamos nos escalões inferiores, seja a jogar ou a treinar, só temos a hipótese de chegar a uma final na Taça de Portugal. Foi um sonho que sempre alimentei e poder estar lá vai ser fantástico. Acredito que seja uma linda festa, mas quero ganhar. Vou fazer tudo para conquistar a Taça de Portugal.»