Sporting: os segredos de Rui Borges por quem o conhece
Pedro Machado, 40 anos, é treinador de futebol e esta temporada já orientou a Académica na Liga 3, sendo próximo do técnico dos leões, Rui Borges. A relação começou quando o mirandelense jogou no clube da terra de Pedro Machado, o Bragança, então no Campeonato de Portugal, sendo posteriormente colegas no curso de treinadores Nível III UEFA A.
Criaram amizade, falam regularmente, e Machado viu com naturalidade a chegada de Borges ao comando técnico dos leões.
«Ele começou no clube da sua terra, o Mirandela e foi sempre em crescendo, fruto de bons trabalhos em todas as equipas que orientou. Quando chegou à Liga, em 2023/24, ao serviço do Moreirense, este clube fez a época que fez e, por isso, a passagem para o Vitória de Guimarães não surpreendeu. Esta equipa, acima de tudo, fez uma campanha fantástica na UEFA Conference League e o Sporting apostou, naturalmente, num treinador com excelentes resultados», diz.
Os primeiros tempos de Rui Borges ao serviço do clube de Alvalade não têm sido fáceis, sobretudo, pela onda de lesões que tem assolado a equipa verde e branca. No entanto, este aspeto não tem grande peso na forma como transmontano tem abordado os jogos. «Na verdade, ele reage muito bem à adversidade. A alegria por estar ao serviço dum clube da dimensão do Sporting supera tudo, mesmo com a onda de lesões que tem assolado a equipa», refere.
As opções de Rui Borges têm estado reduzidas e Pedro Machado dá apenas dois exemplos para sustentar esta tese. «Já não pôde contar com o Gyokeres, que é consensualmente considerado o melhor jogador da Liga e agora não tem Hjulmand, que está num patamar muito perto desse. Além disso, para acrescer a este facto, o setor intermediário tem estado devastado, com lesões de jogadores como Morita, João Simões ou Daniel Bragança. Ainda assim, apenas tem duas derrotas nos 90 minutos e em ambos os casos em jogos da UEFA Champions League, diante do RB Leipzig [1-2] e do Dortmund [0-3]. E quando chegou a Alvalade, o Sporting não estava em primeiro lugar da Liga e atualmente está nesse posto», adianta. «A atestar o que estou a dizer está o facto de, desde que chegou, o Rui [Borges] já estreou seis jogadores que me defrontaram esta época ao serviço da equipa B quando orientei a Académica, na Liga 3», junta.
No entanto, Pedro Machado não concede os louros deste trabalho em exclusivo a Rui Borges.
«Ele faz-se acompanhar por uma equipa técnica muito competente. Sabe-se rodear muito bem e faz questão de o referir sempre que pode», frisa.
Versatilidade tática
Nos primeiros jogos no leão, o transmontano, de 43 anos, optou por uma linha de quatro defesas em detrimento do 3x4x3 utilizado por Ruben Amorim e, posteriormente, por João Pereira. No entanto, nos últimos encontros, Rui Borges voltou à linha de três centrais. Nada que surpreenda Pedro Machado.
«Ele tem versatilidade tática. E quem via as suas equipas e mesmo no Sporting, verificava que com bola construía a três. Defensivamente, os extremos fechavam e ficava uma linha de cinco. No fundo, ele adapta o sistema aos jogadores de que dispõe e no qual estes se sentem mais confortáveis», finaliza.
Ele adapta o sistema aos jogadores de que dispõe e no qual estes se sentem mais confortáveis
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