Presidente da Câmara Municipal de Lisboa teve dificuldades em discursar durante a cerimónia de receção aos bicampeões nacionais, nos Paços do Concelho

Sporting: Carlos Moedas discursa ao som de assobios

Adeptos leoninos mostram desagrado para com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Assim que Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tomou da palavra os adeptos mostraram todo o seu desagrado em relação à sua pessoa, após a tomada de decisão de restrições junto ao Estádio de Alvalade no sábado, dia do jogo com o V. Guimarães, em que o Sporting se sagrou bicampeão.

O edil começou a falar, ainda fez uma graça relativa ao ano passado, em que se enganou a ponunicar o nome de Coates, mas nem assim cativou os adeptos. «Bem-vindos à Praça do Município. Bem-vindos a Lisboa. Já sei, meus amigos, já sei, o Sebastien Coates este ano não veio, então fiquem descansados que não me vou enganar no nome e chamálo de Coats», disse.

Mas nem isso amenizou o ambiente e Moedas teve de subir o tom de voz. «Só umas palavrinhas, meus amigos, só umas palavrinhas», pedia.

«Senhor presidente Frederico Varandas já vão três campeonato. É próprio da sua liderança. Caros jogadores, equipa técnica, desportistas, Lisboa é mais uma vez verde e branca [os assobios não pararam]. Que orgulho estar aqui convosco, ter esta praça coberta de verde e branco. Meus amigos, só para vos agradecer aquilo que têm feito, aquilo que inspiram. Obrigado por isso. Obrigado ao Sporting, que é tão grande como os maiores da Europa. Vocês provaram que o Sporting é das maiores instituições de todo o Mundo. É isso, uma das maiores instituições de todo o mundo. Ao mister Rui Borges, que quando veio disse algo que nunca me esquecerei: 'Que quando falte a inspiração, que não falta a atitude', é isso que vocês têm: atitude. A vossa época foi isso. Foi atitude. Mesmo quando tudo parecia impossível. Mesmo quando o choque parecia insuperável. Mesmo quando as dúvidas se multiplicavam. Mesmo aí, nunca vos faltou atitude. A atitude que distinguem os campeões», realçou.

«Demonstraram, meus amigos, que no Sporting não há impossíveis. Essa foi a sua maneira de mostrar a atitude, foi uma época de superação. Foi uma época muito importante. Superaram lesões, tantas lesões. Acho que nunca um candidato ao título tinha sofrido tal desafio. E, por isso, queria deixar uma palavra a esta equipa, superou tudo. Uma mudança repentina que parecia abanar tudo, mas esta equipa venceu e foi capaz de superar todos os obstáculos. Teve, com a enorme liderança do Hjulmand, um grande capitão [surgiram aqui os primeiros aplausos, depois continuaram os assobios], um verdadeiro líder, um sportinguista apaixonado. Obrigado, Morten. Obrigado pelo teu exemplo. A tua liderança ajudou a equipa a superar?, elogiou.

«Tal como o Gyokeres, superou os seus próprios recordes, 96 golos! É isso, Gyokeres, eu sei bem que há alguém que se orgulha muito daquilo que conseguiram, essa pessoa é o Manuel Fernandes. O Manuel Fernandes está lá em cima, neste momento, a celebrar o bicampeonato, seguramente ao lado de outros grandes goleadores, como o Peyroteo e o Yazalde. Todos juntos, lá em cima, a olhar para nós, a festejar connosco. Meus amigos, esta época também foi paixão. A paixão de nos defender e a paixão daquilo que é a vossa camisola, a vossa cor, as cores do Sporting. O Nani explicava muito bem o que significam as cores do Sporting. E vou dizer que quando aprendemos a honrar uma camisola, já não há vontade de outra», acrescentou.

Carlos Moedas fez ainda alusão ao jogo com o Gil Vicente: «O minuto 93, aquele momento em que ele continuou a jogar. Sim, isso é liderança. Ele sabia que a equipa precisava dele e foi exatamente com essa paixão. Aquele hat trick do Gyokeres contra o City, foi essa paixão. Aqueles dois golos do Harder, no final daquele jogo épico. E o Trincão com a mão partida e a continuar a jogar. Alguns dos momentos onde a vossa paixão esteve lá e fez a diferença. Como aqui também na Praça do Município faz. Viva o Sporting, viva aquilo que conquistaram. Viva a glória daquilo que esperaram tantos anos desde 1954. Mais de 70 anos. Foi difícil? Foi. Foi doloroso? Foi. Exigiu muito suor e muitas lágrimas? Sem dúvida. Mas quando, como alguém disse, não há caminhos de flores que conduzam à glória. Esta equipa foi prova disso, sr. presidente hoje são bicampeões. São o orgulho da cidade. São o orgulho do País. Obrigado pelo vosso esforço. Pela vossa dedicação. Obrigado pela devoção. A glória é vossa. Viva o Sporting. Viva aos bicampeões. Viva Lisboa. Obrigado», finalizou.

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