Rui Borges bem disposto à entrada para o primeiro treino (Foto Sporting CP)

Sporting: 3x4x3 é sistema para manter no dérbi eterno

Henrique Calisto e Nuno Campos confluem na mesma opinião, até porque há pouco tempo para trabalhar até domingo. Alterações nas dinâmicas e na tática ficam para mais tarde, quando o calendário aliviar

No Vitória de Guimarães, Rui Borges alterava as nuances táticas entre o 4x3x3 e o 4x2x3x1 que utilizou, por exemplo, diante do Benfica (0-1) no início deste mês, no dia 7. No entanto, no Sporting há muito que está implementado o 3x4x3 que foi promovido por Ruben Amorim quando assumiu a equipa, em março de 2020, e no qual João Pereira, nos oito jogos à frente da equipa, não mexeu.

Agora, com o dérbi à porta, A BOLA foi tentar saber junto de dois treinadores, Henrique Calisto e Nuno Campos, o que deverá fazer o mirandelense de 43 anos no encontro com o Benfica. Ambos estão convencidos de que não haverá alterações no sistema, tendo em conta o pouco tempo para trabalhar até ao jogo de todas as emoções. «Não faria sentido que alterasse para este jogo», diz Calisto, numa opinião corroborada por Nuno Campos, que recentemente deixou o cargo de treinador adjunto de Renato Paiva nos mexicanos do Toluca. «Há pouco tempo para trabalhar», afirma o técnico.

A estrela da equipa, Viktor Gyokeres, está muito rotinada na dinâmica do 3x4x3 mas Henrique Calisto, 71 anos, está convencido de que se adaptará a uma mudança tática, quando esta ocorrer. «O Gyokeres, pelas suas características, tanto pode jogar a três na frente, como faz agora, como com dois ou sozinho no ataque. Por aí, julgo que não haverá problema», defende.

Nuno Campos, por seu turno, é um profundo conhecedor das características de Maxi Araújo, que orientou no Toluca. «Ele tanto pode atuar numa linha de quatro, até a defesa esquerdo, ou numa linha de cinco no setor mais recuado nas mesmas funções e também a extremo mais aberto ou entre linhas, como jogava o Pedro Gonçalves. É um jogador muito polivalente nesse sentido e adapta-se às funções que lhe pedem», garante.

«Os jogadores não fariam o que seria pedido», diz Henrique Calisto
«Com pouco tempo para trabalhar até ao jogo de domingo não faria sentido estar, de momento, a fazer alterações no sistema tático, tendo em conta que os jogadores estão muito rotinado nas dinâmicas do 3x4x3; são experientes e já demonstraram qualidade a jogar neste sistema. Se, porventura, o treinador lhes pedisse já para que jogassem num outro contexto tático, eles não fariam aquilo que estão habituados a fazer nem fariam aquilo que o treinador lhes pediria, porque não estão rotinados. Portanto, penso que deve manter o sistema neste encontro diante do Benfica, pois é sempre importante para qualquer treinador. As mudanças que poderão acontecer serão feitas com tempo para trabalhar e isso é coisa que agora não há.»
«Futebolistas sentem-se confortáveis», defende Nuno Campos
«Há pouco tempo para desenvolver novas ideias e ainda menos para as consolidar, razão pela qual julgo que não fará muito sentido o Rui [Borges] estar a mudar a tão poucos dias do dérbi, que, por variadíssimas razões, é um jogo muito importante para o Sporting e para o seu treinador, que, como é natural, quererá entrar a ganhar no seu novo clube e numa partida em casa, perante os seus adeptos. Os jogadores sentem-se confortáveis no 3x4x3 que foi implementado por Ruben Amorim, que esteve muito tempo à frente da equipa e as mudanças em termos táticos podem ficar para mais tarde. Para já, julgo que o Rui deve continuar a apostar no 3x4x3. Fui colega dele no curso UEFA Pro e ele preferia o 4x3x3 e o 4x2x3x1.»