Seleção Nacional motivada para fazer história na Billie Jean King Cup
Portugal inicia, esta sexta-feira às 3h da manhã de Lisboa, o play-off de acesso aos qualificadores de 2026 da BJKC (Billie Jean King Cup) na Austrália, precisamente o seu primeiro adversário do grupo E. Segue-se o Brasil, no dia seguinte, sábado, e o objetivo é fazer história: chegar à fase final, algo que aconteceu há 34 anos.
Francisca Jorge (202.ª do mundo e número 1 nacional) pretende igualar ainda as 32 eliminatórias jogadas por Michelle Larcher de Brito na competição e também quebrar o recorde de Ana Catarina Nogueira, que representou Portugal por 35 vezes.
«Gostaria de igualar a Michelle. É só um número e sinto respeito enorme pelas minhas compatriotas que participaram em mais eliminatórias do que eu, mas seria engraçado ver esse recorde batido. Acho que vou consegui-lo, pois espero continuar aqui por mais anos», disse a vimaranense, que representou o seu país por 31 vezes, em declarações à Federação Portuguesa de Ténis.
«A paixão de jogar pelo nosso país é sempre a mesma. Agora temos uma oportunidade que nunca tínhamos tido e somos merecedoras dela, fizemos por isso. Temos uma equipa forte, muito unida e ainda em desenvolvimento. Temos de aproveitar essa união e juventude. Quando jogamos por Portugal queremos ganhar mais ainda, estamos prontas para dar sangue, suor e lágrimas. Vamos dar tudo para trazer a medalha para casa», acrescentou a tenista de 25 anos.
«A Austrália está com medo de nós para ter batalhado tanto para ser a anfitriã. O Brasil também tem uma equipa muito forte, mas vamos fazer o nosso melhor, como sempre, e é isso que nos torna tão difíceis de defrontar. Jogamos com alma e coração pelo nosso país. Temos uma ligação muito forte com a Neuza [Silva, selecionadora nacional] que nos transmite confiança dentro de fora do campo. Faz-nos sentir que isto é importante e vivemos isto com incrível entrega, o que nem sempre se vê nas outras equipas. Temos esta oportunidade e vamos com objetivos maiores», afirmou, passando a palavra a Matilde Jorge, a sua irmã mais nova e 255.º do ranking mundial.
«Não é usual jogarmos BJCK nesta altura do ano, mas é por uma boa razão. Fizemos um grande feito em abril e com todo o mérito estamos nesta eliminatória. Se tivesse que escolher uma palavra para resumir este momento seria motivação. Desde que fui convocada pela primeira vez (2021), posso dizer que somos uma equipa mais completa, o que é bom. Aliás sinto-me mais preparada, com mais experiência e estou mais habituada à pressão de jogar por Portugal. Vai ser giro. Adoro jogar com a bandeira de Portugal ao peito. Estou num papel mais importante e é bom verificar essa evolução aos 21 anos», disse, sendo que já jogou 19 eliminatórias desde a sua estreia em 2021.
Já Inês Murta (816.ª) jogou pela Seleção Nacional por 18 vezes e leva 11 anos de BJKC. «Feliz [por ser convocada]. Tem sido um ano difícil, com altos e baixos, mas estou contente com esta oportunidade. Nas últimas eliminatórias, o ponto-chave foi não pensarmos em quem estava no outro lado da rede e acho que tem vindo a resultar bastante bem. Elas são favoritas e nós vamos conseguimos ultrapassá-las. Acho que ninguém esperava que tivéssemos chegado a esta fase e aqui estamos nós», disse a algarvia de 28 anos, que regressou este ano após longa paragem por lesão.
Por fim, Angelina Voloshchuk (470.ª), que celebrou 18 anos em abril, mostrou-se também satisfeita por voltar à seleção, pela qual se estreou em 2024. «Vou dar o máximo, estou entusiasmada, foi um ano bastante bom. Embora com semanas melhores do que outras, sinto-me a melhorar cada vez mais. Os torneios têm corrido bem e estou sempre a aprender, a viver novas experiências. Sinto-me confiante para o que vem a seguir», garantiu.