«Salário de Yamal deve corresponder à sua importância para a equipa»

O presidente do Barcelona, Joan Laporta, concedeu uma extensa entrevista à TV3 da Catalunha, onde discutiu a alegria do título, a nomeação do treinador Hansi Flick, o futuro de vários jogadores da equipa e alguns dos temas polémicos em torno do clube nesta temporada.

«Nunca nos cansamos de festejar, nem de ver as pessoas a dançar e o treinador feliz. Os jogadores são uns craques, falei com a mãe de Marc Casadó e com todos eles: Alejandro Balde, Pau Cubarsí, Gerard Martin, Héctor Fort, Lamine Yamal… Todos se sentem craques. Como festejei durante três dias, não vi todas as mensagens e não sei se Florentino Pérez me deu os parabéns pelo título. Também não verifiquei as de Javier Tebas, embora ele pareça ter dito algo publicamente. Enveredámos por um caminho em que temos uma ligação maior com a equipa. Flick tem um neto que é um entusiasta desta versão do Barça e o nosso treinador sabe disso», começou por dizer acerca da festa de campeão.

O presidente falou das negociações para a renovação com Lamine Yamal, que deve assinar quando fizer 18 anos, em julho, reconhecendo que o seu salário deve ser proporcional à importância na equipa.

«Com Yamal, discutimos o seu novo contrato e muitas coisas estão delineadas, mas ainda falta a assinatura. Portanto, não posso dizer que algo está feito sem que realmente esteja. Mas posso confirmar que estamos a trabalhar nisso, bem como que Lamine é uma pessoa excecional, muito madura para a sua idade. O seu salário deve corresponder à sua importância para a equipa. Temos de ter uma atitude especial para com ele, independentemente da idade. Ele é um caso invulgar e penso que o teremos por muitos anos. O planeamento a longo prazo será interessante e esperamos obter compreensão da outra parte. Isto deve acabar bem», explicou, comparando como era no tempo de Lionel Messi:

«Com Messi os bónus eram muito importantes, e como ganhávamos tudo estava sempre motivado. O importante é a atitude: Lamine sentir-se confortável e querido. Também termos sucessos coletivos que levem a sucessos individuais. O Barça é o melhor clube onde ele pode estar. Lamine é catalão e "culé" até à medula. Onde se poderia sentir melhor? Ele está destinado a ser o melhor do mundo. O número 10? Esse tema será discutido internamente. Antes escolheu o número 19, veremos o que decide agora. Ele é o nosso ponto de apoio, embora esta seja uma equipa. O que gosto em Lamine é que não só tem talento individual, como também participa muito no jogo. É um jogador moderno, que sabe defender e antecipar o que vai acontecer», destacou.

«Nos últimos meses, as circunstâncias profissionais em torno de Frenkie de Jong mudaram e isso tem sido muito discutido. Queremos que ele fique, para mim é um jogador fundamental para o funcionamento deste projeto. Acreditamos que, tanto com Frenkie, como com Raphinha e Iñigo Martínez, estamos no caminho certo. Queremos que Ansu Fati jogue. Ele é um jogador muito querido neste balneário. Mas ele precisa de jogar. Veremos se terá mais minutos de jogo na próxima temporada ou se haverá uma transferência. Certamente haverá algumas negociações, porque não é possível que todos permaneçam no plantel, mas temos de avaliar as coisas. Cada temporada começa do zero e os concorrentes reforçam-se. Alguns deles viram que não se faz tudo apenas com individualidades. Portanto, haverá mudanças no plantel do Barça.»

«O contrato de Frenkie é mais urgente do que o de Ansu, mas não gostamos que ambos tenham apenas mais um ano. Frenkie é tão importante para o Barça quanto Pedri. Quanto a Ronald Araújo, renovámos o seu contrato porque decidimos que ele é uma figura central que nos pode ajudar muito, e Hansi foi muito a favor desta pré-assinatura. Raphinha? Deco está a trabalhar na renovação do seu contrato. Ele está muito empenhado e chegaremos a um acordo, porque tanto nós como ele queremos que ele fique. A regra 1:1 é definida pela comissão de La Liga e nós contabilizaremos receitas de 950 milhões de euros. Na próxima temporada, o nosso orçamento ultrapassará os mil milhões de euros, procurando gerar mais receitas do que perdas. Portanto, temos a certeza de que cumpriremos a regra 1:1. Na última época, já alcançámos resultados regulares positivos.»

«Sei que a direção desportiva está a trabalhar para melhorar em todas as posições. Porque contratámos Wojciech Szczesny? Iñaki Peña estava a sair-se bem, mas Deco e o treinador queriam alguém com experiência. Na minha opinião, correu bastante bem e esperamos que continue assim. No entanto, a bola está do seu lado. A nossa intenção é que ele fique.

«Erling Haaland? Na vida quase nada é impossível, mas penso que neste momento não estamos a pensar numa transferência dessas. Nico Williams foi um dos candidatos a reforço no verão passado, mas na altura escolhemos Dani Olmo e agora estamos a considerar outras opções. Vitor Roque? Temos de ver o contexto. Agora ele está a jogar bem, mas antes esteve emprestado ao Betis. Nem sempre tudo corre bem.»