Diogo Jota e Cristiano Ronaldo
Diogo Jota e Cristiano Ronaldo

Ronaldo faz revelação surpreendente e justifica ausência no funeral de Diogo Jota

Capitão da Seleção Nacional diz que falou com a família do antigo companheiro e que não esteve presente no funeral para evitar transformar a cerimónia num «circo mediático»

Cristiano Ronaldo não quis transformar a cerimónia do funeral de Diogo Jota num «circo mediático» e por isso é que não esteve presente, revelou o internacional português.

Em entrevista a Piers Morgan, o capitão da Seleção Nacional justificou a ausência nas cerimónias fúnebres do antigo colega na equipa de Portugal e do irmão, André Silva, e contou que não voltou a entrar num cemitério depois da morte do pai, em setembro de 2005.

Ronaldo garante, no entanto, que prestou apoio à família de Jota e que está de consciência tranquila, apesar das críticas que recebeu na altura.

«As pessoas criticam-me muito. Como digo, não me importo com isso, porque quando tens a consciência tranquila, não tens de te preocupar com o que dizem. Mas uma das coisas que não faço, desde que o meu pai morreu, é entrar num cemitério. Nunca mais entrei num cemitério», começou por revelar.

«E, em segundo lugar, sabem a minha reputação, onde quer que eu vá é um circo. Não fui também porque, se fosse, as atenções virar-se-iam para mim e não quero esse tipo de atenção. As pessoas podem continuar a criticar-me, senti-me bem com a minha decisão. Não preciso de estar em frente às câmaras para que as pessoas vejam o que faço. Faço-o nos bastidores», continuou, ele que acrescentou que teve a «oportunidade de falar com a família [de Diogo Jota e André Silva] e de dar apoio».

«Tenho de ter especial atenção face às minhas intervenções. Não quero criticar, mas vi pessoas a dar entrevistas, a falar do Jota, claro, de futebol... Por favor, o que é isto? Por favor... Não tenho de fazer parte desse mundo. Há pessoas que se sentem bem assim. Querem estar na primeira fila para ver que o Cristiano chegou. Não preciso de câmaras para que as pessoas saibam o que faço por elas. Houve muita critica à volta disto. Se queres desfrutar do teu aniversário, não me convides. Se convidas, já sabes... Não me convidem. Vou a algum lado e é logo a pedir fotografias», explicou ainda.

Ronaldo recordou também a morte do pai: «Quando o meu pai morreu, além da dor da perda, tivemos de lidar com uma enchente de câmaras e curiosos no cemitério e por todo o lado. [...] É absurdamente vergonhoso ver canais de televisão, comentadores e redes sociais a dar ênfase a uma ausência em vez de honrarem respeitosamente a dor de uma família mutilada e destruída pela perda de dois irmãos. Sinto até vergonha de ver. Lamentável. [...] A maldade humana também é uma guerra. E todos os dias temos de lutar contra ela.»

Cristiano Ronaldo estava no ginásio na manhã em que se soube da morte do antigo companheiro de seleção, 3 de julho, e ficou em choque.

«Não acreditei quando me enviaram as mensagens. Chorei muito. Foi um momento muito, muito difícil para todos — para o país, para as famílias, para os amigos, para os colegas de equipa. Devastador. [...] Foi um choque. Ainda sentimos a sua aura na seleção, quando vestimos a camisola, porque o Diogo era um de nós. Era um rapaz muito bom, calmo... gostava muito de estar com ele, de partilhar grandes momentos. Foi triste.»