Treinador italiano fez o último jogo em casa, o penúltimo da carreira 

Ranieri: «Trabalho pelas emoções que o futebol me dá»

Treinador teve despedida especial no último jogo em casa à frente do clube romano

Claudio Ranieri proferiu um discurso emocionante no relvado do Stadio Olimpico no seu último jogo como treinador da Roma. Nascido em Testaccio, Roma, e fervoroso adepto dos 'giallorossi', saiu da reforma em novembro para ajudar o seu clube do coração, que se encontrava próximo da zona de despromoção e precisava do seu terceiro treinador na temporada.

Conduziu a Roma ao quinto lugar da Serie A, dando-lhes a hipótese de se qualificarem para a Liga dos Campeões, mas irá reformar-se neste verão e recebeu uma despedida comovente no Stadio Olimpico. Após a vitória por 3-1 sobre o Milan, Ranieri foi alvo de homenagem das bancadas, recebeu presentes e pegou no microfone para se dirigir à multidão.

«Obrigado a todos. Estive entre vós nas bancadas há 60 anos. Pedi-vos ajuda e agora precisamos do último passo. Estou orgulhoso destes rapazes. Precisávamos do vosso amor. Muito obrigado a todos.»

Ranieri ainda estava emocionado na entrevista pós-jogo.

«Ainda sinto a adrenalina! Quando vir estas imagens novamente, talvez me emocione ainda mais. É maravilhoso uma pessoa sentir-se apreciado pela sua gente», disse o treinador. «Começámos numa situação difícil, mas a equipa nunca desistiu. Agradeço aos jogadores, porque não foi fácil nesta situação, quando tudo parecia sombrio. Estou tão feliz por eles, pelos adeptos e pelo presidente.»

A homenagem a Ranieri começou antes do início do jogo, com faixas nas bancadas a revelarem uma enorme mensagem de agradecimento - - um tifo em que os adeptos escreveram o seu nome e lhe cantaram -, cobrindo toda a Curva Sud.

«Olhei para o árbitro e incentivei-o a começar o jogo», confessou o veterano, que lutava contra as lágrimas. «Trabalho para isto, para as emoções que o futebol dá, tanto positivas como negativas.»

Depois de Daniele De Rossi e Ivan Juric, Ranieri transformou completamente a campanha da Roma na Serie A, Liga Europa e Taça de Italia.

«Estes rapazes estiveram comigo desde o primeiro dia, conhecem a minha personalidade. Disse-lhes que tinham de me ajudar, porque eu não conseguia fazer isto sozinho. Acreditei neles, porque quando cheguei, o moral estava em baixo e eles quase não tinham confiança. Devagar, conseguimos escalar esta montanha. Digo aos meus jogadores para lutarem até ao último segundo, porque pelo menos assim podem sair de campo sabendo que deram tudo. Se a outra equipa for melhor, tira-se o chapéu. Quando se dá tudo, pode-se aceitar o resultado em campo. Fizemos uma série de 19 jogos sem perder e esse foi um período realmente importante.»

A Roma permanece em quinto lugar, pelo que precisa de vencer o seu último jogo e esperar que a Juventus escorregue. Ranieri ainda acredita na Liga dos Campeões?

«Nunca acreditei num objetivo específico, apenas acredito em trabalho árduo e em limpar a mente após uma vitória ou derrota. Há sempre outro jogo, outro adversário e outra dinâmica. Acredito nos meus jogadores, o Torino é uma equipa forte e enérgica, e vamos lá para jogar o nosso jogo e depois veremos onde estamos no final.»