Adeptos no Estádio D. Afonso Henriques. FOTO A BOLA/VÍTOR GARCEZ
Adeptos no Estádio D. Afonso Henriques. FOTO A BOLA/VÍTOR GARCEZ

Râguebi — um exemplo de superação

Sentido de Pertença é uma crónica quinzenal

Dedicar espaço num jornal desportivo de referência como “A Bola” para uma modalidade para além do futebol tem um pouco mais do que pedagogia. Tem sobretudo de exemplo.

  • De exemplo de que ainda há espaço para underdogs mesmo num desporto altamente profissionalizado como o rugby (o Campeonato do Mundo de rugby é o terceiro evento desportivo com mais público e com mais espetadores a seguir ao campeonato do Mundo de futebol e aos Jogos Olímpicos), de que ainda é possível David bater-se contra Golias, de que ainda existe o fator surpresa imprescindível ao fenómeno desportivo.

  • De exemplo de como o querer, o crer, a motivação, a auto-confiança, são ainda fatores relevantes no desporto, não obstante o aumento do grau de previsibilidade que estraga as competições desportivas; numa palavra, um exemplo de superação.

  • De exemplo de cultura, respeito e cavalheirismo. De como é possível num desporto de contacto e altamente violento manter níveis de educação e respeito entre atletas e entre estes e os árbitros que são, de facto, um oásis no panorama desportivo e um exemplo em que particularmente o futebol devia seguir (a este propósito, poder ouvir-se a troca de impressões entre árbitro e VAR é algo que manifesta a transparência deste desporto e seus agentes e que devia fazer-se igualmente no futebol)

Era muito importante que, tal como sucedeu em 2016, esta participação dos “Lobos” motivasse clubes e coletividades a constituir equipas de rugby para podermos fazer também nossa essa tradição britânica, talqualmente sucede com tantas outras tradições anglo-saxónicas que frutificaram no nosso país (a começar pelo futebol) ou não fossem Portugal e Inglaterra os mais antigos aliados da História desde que em 1372, em Tagilde, Guimarães, se celebrou o Tratado da Aliança Luso-Britânica, o mais antigo tratado da humanidade ainda em vigor. E deixo já o repto ao meu Vitória, de Guimarães, para que possa criar sinergias com o fantástico trabalho do Guimarães Rugby UFC e juntos potenciarem a prática desta fantástica modalidade.

Na esteira desta referência e do repto que deixei ao meu clube, deixar uma enorme felicitação ao pólo aquático do Vitória, tetracampeão nacional da modalidade e esta semana também vencedor da Supertaça em vitória fantástica sobre o Paredes. Tem o Vitória com o pólo aquático um exemplo de uma aposta numa modalidades com menos tradição no nosso país, onde soubemos apostar e, com o tempo, colher frutos com 4 campeonatos nacionais consecutivos sendo o Vitória o principal municiador da Seleção Nacional. Um exemplo do trabalho que pode ser feito em modalidades não tão mainstream.

3- Não podia deixar de fazer uma referência à equipa de futebol, com uma vitória sem apelo nem agravo em Famalicão, perante uma das equipas que tem apresentado melhores argumentos neste campeonato. Uma estreia tão auspiciosa quão geradora de esperança de Álvaro Pacheco. Uma equipa que pareceu reencontrada consigo própria e que respondeu da melhor forma à atribulação que tem sentido. Com João Mendes a afirmar-se de forma inequívoca na equipa. E a verdade é que além de estarmos firmes no 5º lugar, com um percurso quase imaculado, só com a derrota em casa com o Portimonense como o resultado mais difícil de justificar. Álvaro Pacheco entrou bem, foi extraordinariamente bem recebido pelos vitorianos e pelo plantel. Sigamos em frente.

Como forma de pedagogia ao ecletismo decidi dedicar estas linhas à prestação a todos os títulos extraordinária da Seleção Nacional de Rugby no Campeonato do Mundo a realizar em França. Pela alegria, pela vontade, pelo querer, pela perseverança, pelo “antes quebrar que torcer” com que Portugal se apresentou num Campeonato do Mundo onde nos encontrámos a léguas das seleções com maiores créditos, mas tudo fizemos para esbater em campo as diferenças com que para ele entrávamos.

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Não podia deixar de fazer uma referência à equipa de futebol, com uma vitória sem apelo nem agravo em Famalicão, perante uma das equipas que tem apresentado melhores argumentos neste campeonato. Uma estreia tão auspiciosa quão geradora de esperança de Álvaro Pacheco. Uma equipa que pareceu reencontrada consigo própria e que respondeu da melhor forma à atribulação que tem sentido. Com João Mendes a afirmar-se de forma inequívoca na equipa. E a verdade é que além de estarmos firmes no 5º lugar, com um percurso quase imaculado, só com a derrota em casa com o Portimonense como o resultado mais difícil de justificar. Álvaro Pacheco entrou bem, foi extraordinariamente bem recebido pelos vitorianos e pelo plantel. Sigamos em frente.