Portugal sobe no 'ranking' mundial após o EuroBasket
Tendo Portugal começado o 41.º EuroBasket como a 56.ª seleção do mundo, onde foram conseguidas inéditas duas vitórias na fase de grupos (Rep. Checa e Estónia) assim como a passagem aos oitavos de final, onde a Seleção foi eliminada pela campeã Mundial e agora Europeia Alemanha, com o fim dos vários campeonatos continentais a FIBA elaborou um novo ranking mundial. Os Linces ascenderam ao 47.º lugar.
Nove posições que a tornam na segunda maior subida do top 60 do mundo, juntamente com a Suécia (40.ª), e é apenas superada pelas 15 posições da Turquia, vice-campeã da Europa, que saltou de 27.º para 12.º do mundo e 7.º da Europa.
Já um dos anfitriões, por isso não teve de se qualificar, o Chipre subiu 13 degraus. É 71.º, mas perdeu todos os encontros da fase de grupos.
A nível continental, Portugal passou do 27.º para o 25.º lugar. Ascensões que deixam o selecionador Mário Gomes satisfeito. E será mais representativo do que é, atualmente, o basquetebol português? «Penso que sim, não só pelos resultados da seleção sénior, mas também pelos das jovens, apesar de termos todas as equipas na Divisão B. E esse é um indicador que, para mim, é o mais importante, pois, normalmente, conseguem uma percentagem de vitórias positiva», começa por dizer a A BOLA.
«A questão das subidas à Divisão A é muito contingente, depende da fórmula da competição, muitas vezes as coisas são decididas num dia. Por exemplo, este ano os sub-18, única categoria em que nunca estivemos na Divisão A, em oito jogos na Divisão B venceu seis. Só não foram disputar os oito primeiros do Europeu por causa de um desempate por um ponto de diferença entre três equipas. Os sub-16 chegaram às meias-finais, e mesmo os sub-20, que tiveram um desempenho menor, somaram mais vitórias do que derrotas. Por isso, penso que é um ranking mais condizente com aquela que é a realidade do nosso basquete», vai explicando.
«Relativamente aos seniores, depende muito do que conseguirmos no futuro próximo, se houver resultados condizentes com o que fizemos ultimamente. Se isso acontecer poderemos ficar um bocadinho acima do 25.º lugar na Europa. Mas tem de ser confirmado em qualquer competição», reforça.
Continuar a subir é um passo sempre mais difícil. E olhando para a equipa do campeonato da Europa, onde não há muitos elementos em final de carreira, vê quem venha dessas seleções jovens que possa ajudar a alimentar os dois anos que se seguem de apuramento para o Mundial? Sente essa necessidade? «Penso que na equipa atual, e não quero fazer grandes projeções, até porque o meu compromisso com a federação vai até ao fim do mandato desta direção [2026], entre os jogadores que estão acima dos 30 anos, qualquer um deles, se tiver disponibilidade mental para isso, do ponto de vista físico e técnico, podem perfeitamente aguentar-se, pelo menos, mais esses dois anos. São os casos do Miguel Queiroz e o Travante Williams», especifica.
«Depois, os que estão mais próximos destes são o Diogo Ventura e o Diogo Gameiro. Mas esses nem sequer estão acima dos 30 anos. O resto é gente mais nova, incluindo os que participaram na qualificação e não foram ao Europeu, portanto, a médio prazo é possível prever que não é uma equipa que fez o que fez até agora e que acabou com aquilo que alcançou. Existe uma base sólida para ter continuidade por mais alguns anos», considera Mário Gomes.
«Relativamente ao que vem atrás, há jogadores, para além do caso particular do Ruben Prey, com potencial. Tudo depende daquilo que acontecer nos próximos dois/três anos, porque o grande problema do nosso sistema de formação são os primeiros anos de sénior. Entre os jogadores com 18 anos, só os fora de série é que se afirmam de imediato a alto nível. A generalidade dos basquetebolistas que têm potencial para se afirmarem a um nível elevado precisam daqueles três/quatro anos iniciais de sénior para se tornarem em jogadores de alto rendimento. É assim em todo lado. Mas cá, esse é um momento da carreira em que temos muito pouco para lhes oferecer», explica.
«Não temos contextos de exigência, quer em termos de treino, quer em termos de competição, porque não chega treinar, para que eles possam pensar em ser profissionais. Atualmente, não é possível falar em alto rendimento sem se falar em profissionalismo e o que se passa é que os nossos jogadores com 18 anos, ou são os tais de fora de série e afirmam-se logo ou então ficam um bocado ao Deus dará, digamos assim».
«É uma questão de sorte terem ou não espaço porque não temos nada organizado para lhes oferecer nessa fase da carreira. Mas há, efetivamente, jogadores com potencial», assegurou o selecionador nacional.