Fotografia FIBA

Portugal lutou até ao último segundo na Eslovénia

Alguma falta de tranquilidade da Seleção Nacional nos últimos três minutos não permitiu garantir a vitória e dar um passe praticamente decisivo para o Eurobasket 2025.

«Foi um jogo que não soubemos ganhar. Em que apresentámos argumentos suficientes para vencer e não o soubemos fazer porque, nos dois últimos minutos, jogámos sem disciplina tática para atacar a pressão do adversário», declarou, em certa medida desiludido, o selecionador Nacional Mário Gomes após Portugal ter sido derrotado pela Eslovénia, por 83-82 (24-17, 20-32, 22-19, 17-14), na Bonifika Arena, em Koper, em partida a contar para a 4.ª jornada do Grupo A da fase de qualificação para o EuroBasket 2025.

Desfecho que não permite, de imediato, o apuramento da Seleção para a fase final, mas carimbou o visto do adversário que, depois de ter sofrido o primeiro desaire em Almada na passada sexta-feira (82-74), regressa à liderança da poule.

Quem também já tem lugar garantido no campeonato que no verão (27 agosto-14 setembro) se repartirá entre a Letónia, Polónia, Finlândia e Chipre, é Israel (3 v-1 d), ao levar a melhor sobre a Ucrânia (0 v-4 d) por 88-75.

E Mário Gomes tinha razão. Mostrando que o êxito de quatro dias antes não havia sido mera casualidade, Portugal teve o jogo na mão praticamente todo o 4.º período, quando começou por secar os anfitriões ao longo dos primeiros 4.07m e impôs um parcial de 0-7 (66-75) para chegar à sua maior vantagem.

E mesmo depois dos eslovenos terem reduzido para 74-77, cinco pontos seguidos de Travante Williams (17 pts, 2 res, 4 rbl), com triplo, a vantagem de 74-81 com 3.15m no cronómetro era ainda valioso para quem entrara mal no encontro, sofrendo uma sequência de 11-2 (20-10) em pouco mais de 3m e logo aos 2.43m ficara privado de Gonçalo Delgado (1 pts, 2 res) devido a entorse no tornozelo esquerdo num ressalto.

Depois de alguns problemas defensivos iniciais e em resistir à pressão contrária sobre a bola, assim como fazer circular a mesma no ataque e trabalhar nos bloqueios para libertar jogadores, os linces haviam conseguido encontrar o seu jogo e perturbar o da Eslovénia, tal como acontecera em Almada.

A entrada de Vlade Voytso (11) começara a mudar as coisas, mas foi a explosão de André Cruz (6 res), com todos os seus 13 pontos no 2.º período, e as ações de Miguel Queiroz (13 pts, 13 res, 4 ass) e Travante, numa coletivo bastante unido e aplicado na defesa e nos ressaltos, que, depois de terem aproximado a diferença a escassos dois pontos em duas ocasiões (39-37, 41-39), nem o imparável Klemen Prepelic (31 pts, 4 res, 6 ass) – marcou dois triplos a partir do logo de meio-campo – logrou impedir o silenciar do público.

Com Travante a assinar os 7 primeiros pontos, a Seleção construiu um parcial de 2-10 (44-49) que a colocou, pela primeira vez, no comando a fechar o final da primeira parte. Portugal tinha mais pontos na área (18-30), vindos dos suplentes (16-25) e dominava a luta das tabelas (15-25).

Liderança de que nunca abriu mão no 3.ª quarto, permitindo apenas a igualdade a 61-61, com 2.30 para jogar no período.  

Então vieram os tais derradeiros 3.15m nos quais os portugueses não conseguirem gerir e manter o que de bom tinham feito. Além de se terem perturbado com a pressão defensiva campo inteiro dos campeões da Europa de 2017, quatro turnovers, deixar de criar soluções ofensivas, permitir dois lançamentos de três pontos que deram o 81-81 a 1.26m do apito final, e falhar um lance livre a 1.16m, explicam a derrota que um triplo da zona frontal de Travante a 2s do fim não resolveu.