Três dos quatro corredores da seleção nacional nos Mundiais de fundo no Ruanda (FPC)

Portugal à procura de uma oportunidade no duro Mundial do Ruanda

Quarteto com Afonso Eulálio, António Morgado, Ivo Oliveira e Tiago Antunes tenta brilharete este domingo na corrida de fundo de Elites, em Kigali, que é considera a mais exigente dos últimos anos

Portugal procura uma oportunidade na corrida de fundo do Campeonato do Mundo de Estrada, em Kigali, capital do Ruanda.

Sem João Almeida, recente segundo classificado na Volta a Espanha, a cumprir uma temporada de grande nível em que se acrescentam vitórias nas Voltas ao País Basco, Romandia e Suíça, a seleção nacional apresenta-se com um quarteto que mistura jovens talentos, experiência no WorldTour e um representante de equipas lusas em boa forma. Uma equipa desprovida de trepador ou corredor completo (que teria em João Almeida), num percurso considerado um dos mais duros da história recente da competição.

À procura da referida oportunidade – a entrada na fuga certa ou um ataque tardio surpreendente - alinham Afonso Eulálio, em positiva primeira temporada numa equipa do WorldTour (Bahrain-Victorious); António Morgado, em estreia na principal competição dos Mundiais, depois de ter sido segundo classificado em juniores e sub-23 nos últimos dois anos; Ivo Oliveira, companheiro de Morgado na poderosa UAE Emirates, igualmente numa época de desempenhos consistentes e que chega da Vuelta em que foi um dos homens de mão de João Almeida; e Tiago Antunes, representante das equipas portuguesas (Efapel), o melhor luso na última Volta a Portugal, que terminou em quinto lugar.

Para o selecionador nacional, José Poeira, o equilíbrio entre os perfis dos corredores pode ser determinante para um brilharete. «O Ivo é um corredor experiente, habituado a grandes voltas e clássicas, com facilidade na colocação, algo que será fundamental neste circuito técnico e exigente. O Morgado vem de bons resultados nas clássicas e já mostrou qualidade nos Mundiais de juniores e sub-23, por isso acreditamos que esta corrida lhe assenta bem. O Eulálio ganhou maturidade depois de ter feito corridas como o Giro e as clássicas do Canadá e chega em melhor forma do que no ano passado. O Tiago fez uma excelente Volta a Portugal e já mostrou qualidade em corridas internacionais importantes pelas seleções jovens.»

O traçado de Kigali soma 267,5 quilómetros e mais de 5000 metros de desnível acumulado. A dureza será constante: após nove voltas iniciais ao circuito local, o pelotão enfrentará uma volta mais longa, antes de encarar seis voltas finais ao circuito decisivo».

O selecionador nacional não esconde a dificuldade da prova: «A corrida será endurecida ainda antes do circuito, em subidas inclinadas que poderão fracionar o pelotão e dar origem a fugas fortes, difíceis de controlar. Há muitas seleções poderosas e a distância de 267 quilómetros acabará por pesar. Vai ser uma corrida de enorme exigência.»

Também Ivo Oliveira antecipa um momento-chave para o desfecho da corrida: «O percurso é bastante mais rápido do que se pensa. No circuito pequeno há duas subidas inclinadas, mas curtas. Onde a corrida pode realmente decidir-se será na volta maior, com uma subida em três fases que chega aos 15/16%. Logo a seguir surge uma outra subida dura em paralelo, onde a corrida pode esticar e nunca mais parar.»

A partida está marcada para as 8h45 e a chegada estimada para as 16h00 (horas de Lisboa).