Estoril e Moreirense despediram-se de 2024 com um empate (MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Ponto de viragem para dois (crónica)

Da Amoreira saiu um empate e boas promessas para o ano que vem

Todos sabemos como é esta época do ano. Uma altura de balanços e de promessas de ser melhor quando o novo calendário começar a contar. Como se o ano a começar do zero fosse a desculpa ideal para novos recomeços para todos.

Ora, Estoril e Moreirense vinham de momentos maus. Duas derrotas para cada um, ainda que o caso dos canarinhos (a classificação, leia-se) seja muito mais preocupante do que a da equipa de César Peixoto.

Mas aquilo que mostraram ambas as equipas deixam sinais de esperança para alcançar os respetivos objetivos. Assim se mantenha a atitude e vontade demonstradas, sobretudo nos momentos de reação à desvantagem quem ambos viveram durante o encontro.

O empate (2-2) e o ponto conquistado premeiam canarinhos e cónegos, depois de um jogo em que nenhum deles merecia perder.

Perder. Conforme já foi referido, era esse o registo recente do Estoril. E foi assim que entrou também na receção ao Moreirense. Ainda muita gente não se tinha sentado na bancada, já os cónegos festejavam, depois de um lance em que Pedro Álvaro foi duas vezes infeliz e com isso lançou a velocidade de Gabrielzinho, que não perdoou na cara de Robles e deu vantagem ao Moreirense logo no segundo minuto de jogo.

Mas se o carácter das equipas se vê na adversidade, o dos homens de Ian Cathro foi inatacável. Porque a reação foi imediata. Sem tempo para lamentações, os canarinhos foram para cima do adversário e começaram a apertar.

Fabiano, primeiro, e Marcelo, depois, cederam à pressão.

O lateral cometeu um penálti escusado sobre Hélder Costa aos 19’, que Alejandro Marqués se encarregou de converter. Com pressa de serem felizes, os jogadores estorilistas trocaram os festejos por uma ida rápida buscar a bola ao fundo das redes para continuar a carregar e isso deu resultado em cima do intervalo.

Caio Secco ainda defendeu para a frente o remate de Holsgrove e Marcelo, a tentar aliviar, colocou a bola no pior sítio: o pé esquerdo de Hélder Costa que rematou de pronto para a reviravolta.

Depois, o descanso parece ter feito às duas equipas. O regresso dos balneários foi atabalhoado e sem grandes ideias, no que se revelou a pior fase do encontro.

Mas foi só até Asué dar um pontapé no marasmo. E que pontapé! O avançado lançado por César Peixoto ao intervalo recebeu um cruzamento de Fimpong e rematou de primeira para um golaço que ajudou todos a acordarem.

É certo que depois disso não se viram mais golos. Mas viram-se duas equipas a não quererem contentar-se com o ponto que acabariam ambas por conquistar.

O Estoril ainda desperdiçou uma oportunidade clara para regressar às vitórias que lhe fogem há quatro jogos, mas o remate de Lacximicant, perto do minuto 90, saiu ligeiramente ao lado.

Salvou-se o ponto. Um ponto de viragem para o que aí vem em 2025.E a última imagem que fica, de vários jogadores das duas equipas de cócoras mal o árbitro apitou para o final do jogo. Porque empenho e atitude não faltou a nenhuma das equipas.