Henrique Ramos novamente ouvido no Tribunal São João Novo (LUSA)
Henrique Ramos novamente ouvido no Tribunal São João Novo (LUSA)

Operação Pretoriano: Henrique Ramos acusado de ameaçar Vítor e Bruno Aleixo

Gonçalo Nabais, advogado de ambos, requereu ao tribunal que 'Tagarela' seja impedido de voltar a entrar na sala de audiências. Situação terá ocorrido no final da sessão da passada quinta-feira

Prossegue, esta terça-feira, o julgamento da Operação Pretoriano, no Tribunal de São João Novo, no Porto. A 12.ª sessão, que arrancou esta manhã, ficou marcada pela denúncia do advogado e Vítor e Bruno Aleixo, que acusa Henrique Ramos de ter ameaçado a dupla na passada quinta-feira, à saída do tribunal.

Gonçalo Nabais requereu ao tribunal que o sócio do FC Porto, conhecido por Tagarela, também assistente no processo, seja impedido de voltar a entrar na sala de audiências, para prevenir desacatos.

«[Vítor e Bruno Aleixo] Foram abordados, pela retaguarda, pelo assistente Henrique Ramos e este, perante a funcionária da segurança verbalizou, 'vou f….  os cornos a vocês os dois'. Para que este episódio não se repita e para que não haja consequências para os meus arguidos, venho requerer que, independentemente de ter a qualidade de assistente e poder assistir às sessões, o mesmo seja, a partir de hoje, impedido de entrar nesta sala e neste tribunal de modo a prevenir situações futuras», afirmou o advogado na manhã desta terça-feira, citado pelo Jornal de Notícias.

Após a queixa e o pedido de Gonçalo Nabais, que marcaram o início da sessão, começaram a ser ouvidas as testemunhas. Começou por falar Paulo Jorge Duarte, jornalista da CMTV, que relatou ameaças feitas por Vítor Catão à equipa de reportagem do canal televisivo no dia da Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, em novembro de 2023.

«[Vítor Catão] insultou-nos: 'Que é que vocês estão aqui a fazer? Estão a tratar mal o meu clube! Filhos da p***. Sei onde tu moras. Ponham-se a andar daqui sem demoras. Quando quiserem sair não vão conseguir. Vamos partir esta me*** toda. No espaço de 3 ou 4 minutos, Catão chamou adeptos para nos agredir e para partir o nosso carro por três vezes. Nessas três vezes foram os elementos dos Super Dragões que nos protegeram. Mediante isto, os elementos dos SD aconselharam-me a sair do local até o Catão entrar na AG e depois poderia voltar ao local. Se não fossem aqueles adeptos dos SD que nos protegeram não tenho dúvidas do que ia acontecer. Vitor Catão estava desequilibrado. Tomei a decisão de abandonar o local, em função do conselho que me deram», recordou.

Depois, foi a vez de Carlos Sousa, sócio dos dragões de 62 anos, prestar depoimento. O adepto reformado relatou os momentos de pânico na noite da AG e revela que levou «um estalo do nada.»: «Atiraram-me pelas escadas abaixo, parti duas costelas, além de várias lesões nas costas. Pela primeira vez na vida senti medo, pela minha família. Como é que numa AG de um clube se pode sentir medo? Os seguranças não me ajudaram, ao meu filho também não.»

Mais à frente, os Aleixo pediram à juíza a oportunidade para pedir desculpa a Carlos Sousa, que respondeu negativamente. «Não aceito o pedido de desculpas, nem desisto da queixa. As desculpas não se pedem, evitam-se», disse.

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