Bruno Lage perspetivou o duelo da próxima terça-feira, entre Benfica e Barcelona

O que não pode faltar ao Benfica em Barcelona

151 remates nos últimos 7 jogos, 61 enquadrados, 12 golos. Pontaria tem de estar mais afinada na Champions. Plantel está muito motivado

O Benfica viaja esta segunda-feira para Espanha, véspera do confronto com o Barcelona, na 2.ª mão dos oitavos de final da UEFA Champions League, e precisa de virar um resultado desfavorável de 0-1. A primeira conclusão antecipada é simples: será preciso marcar golos para seguir em frente na competição.

Apesar de a equipa estar a atravessar um bom momento de forma e de os avançados também — especialmente o ponta de lança Pavlidis, que marcou 12 golos e fez 3 assistências nos últimos 12 jogos —, a verdade é que a eficácia não corresponde ao número de oportunidades criadas. Bom exemplo foi o jogo da 1.ª mão com o Barcelona, no Estádio da Luz, no final do qual Bruno Lage, treinador das águias, disse que a equipa criou o suficiente para ganhar 5-1, mas saiu derrotada por um golo.

Seja por acerto dos guarda-redes adversários, ou mira desafinada em frente à baliza, os números sugerem que os comandados de Bruno Lage, amanhã, precisam de rentabilizar melhor o esforço. Isso fica claro quando quando olhamos para os últimos 7 jogos, desde o play-off de apuramento para os oitavos da Champions.

Os encarnados fizeram 23 remates no jogo do Mónaco (1-0) — 6 enquadrados, 8 para fora e 9 bloqueados; a seguir, com o Santa Clara (1-0), 19 remates — 6 no alvo, 7 para fora e 6 bloqueados; na receção ao Mónaco (3-3), 15 remates — 6 enquadrados, 6 para fora e 3 bloqueados; com o Boavista (3-0) foram 31 remates — 14 no alvo, 12 para fora e 5 bloqueados; frente ao SC Braga (1-0), na Taça de Portugal, 19 remates — 9 no alvo, 7 fora dele e 3 bloqueados; na receção ao Barcelona (0-1), 26 remates — 8 na baliza, 7 para fora, 11 bloqueados; finalmente, no sábado, com o Nacional (3-0), 18 remates — 12 enquadrados com a baliza, 3 para fora e 3 bloqueados.

Ao todo, nestes 7 jogos, o Benfica precisou de 151 remates — 61 enquadrados, 50 para fora e 40 bloqueados — para marcar 12 golos. A equipa precisa de 2,5 remates para conseguir um remate enquadrado com a baliza e de fazer 12,6 remates para marcar golo. Será também por aqui que passará uma qualificação, sabendo-se que o Barcelona não é um adversário qualquer.

Já se joga no balneário

A crença de que é possível virar a eliminatória é grande no balneário do Benfica. A capacidade mostrada no duelo da Luz permite confiança e a motivação começou a ser estimulada logo a seguir ao jogo da 1.ª mão.

«Temos de ir a Barcelona vencer para passar à eliminatória seguinte. Foi essa a mensagem que passámos no balneário», disse Bruno Lage a seguir à derrota com os catalães.

Já em meados de fevereiro, antes da deslocação ao Mónaco para jogar a 1.ª mão do play-off, Bruno Lage apelou ao que amanhã é preciso que seja colocado em campo pelo Benfica: «Temos de saber quando defender e atacar, criar oportunidades de jogo, ter a mentalidade assassina de quando temos de marcar e fechar o jogo.»

O central argentino e capitão de equipa Nicolás Otamendi recorreu às redes sociais para lembrar que ainda «faltam jogar 90 minutos» para encontrar o vencedor da eliminatória contra o Barcelona.

Anteontem, depois do 3-0 frente ao Nacional no campeonato, Zeki Amdouni, avançado internacional suíço que marcou um dos golos e foi destaque, reconheceu que se tratara de «uma vitória importante» também a pensar no Barcelona. E falou sobre o tal instinto matador que é preciso aparecer. «Nos últimos 3, 4 jogos tivemos muitas oportunidades. Hoje [sábado passado, com o Nacional] conseguimos concretizá-las.»

O Benfica remata muito, cria oportunidades, tem de conseguir capitalizar isso em Espanha.