Norris vence em casa corrida louca, onde a chuva foi um pesadelo
«Conseguimos, em casa. Conseguimos, é lindo... É um sonho, será sempre a minha memória mais bonita», diz Norris no rádio, visivelmente emocionado quando viu a bandeira de xadrez no Grande Prémio de Silverstone. O britânico venceu pela primeira vez em casa, para gáudio do público, e pela oitava vez na carreira. Mas não foi o único a fazer a festa emocionado. O alemão Nico Hulkenberg, 38 anos, conquistou o primeiro pódio da carreira, após 15 anos de F1.
Com a ameaça permanente de chuva, ninguém sabia muito bem o que esperar do Grande Prémio da Grã Bretanha, a celebrar 75 anos do Mundial de F1. Lá na frente, Max Verstappen agarrou com unhas e dentes a pole conquistada, sabendo de antemão que fossem quais fossem as condições climáticas Piastri e Norris não lhe dariam descanso.
E assim foi. O campeão do Mundo resistiu até à 8.ª volta, ainda a seco, mas já com a ameaça de chuva a deixar toda a gente a perceber o que fazer e se devia trocar ou não de pneus.
À 10.ª volta, começou a chover e muito e Piastri e Norris foram trocar de pneus, dupla paragem para McLaren, tal como Verstappen, que pouco antes chegou a sair de pista depois de perder a trajetória.
E a demora da McLaren com Norris permitiu ao piloto da Red Bull recuperar o segundo lugar que tinha perdido para o britânico.
A chuva caía cada vez com mais intensidade e a visibilidade era cada vez menor, o que obrigou a mandar entrar safety car às 14 voltas. Piastri seguia isolado mas perdeu os 13 segundos de vantagem que tinha sobre Max Verstappen.
Só três voltas depois regressou a corrida, mas com enorme confusão onde o melhor mesmo foi a espetacular ultrapassagem de Hamilton a Ocon e Russell, que o levou ao sétimo lugar.
LAP 14/52
— Formula 1 (@F1) July 6, 2025
Conditions are treacherous 🌧️🌧️
⚠️ SAFETY CAR ⚠️#F1 #BritishGP pic.twitter.com/2bi3vFRA5x
Porém, não só as nuvens continuavam a ameaçar com o circuito molhado e com lençóis de água, como nas boxes era enorme a confusão. Pilotos e engenheiros, informações cruzadas e a mudarem a cada minuto.
Novo acidente de Hadjar, novo safety car e, no regresso, Verstappen arriscou tudo e fez um pião, à 21.ª volta, que o deixou em 10.º lugar e libertou definitivamente Piastri e Norris lá na frente.
Piastri recebeu uma penalização de 10 segundos, à 25.ª volta, quando Norris estava a 3 segundos, por infração durante o período de safety car e no recomeço da corrida.
POLÉMICA EN SILVERSTONE
— LOVE/ST (@somoslovest) July 6, 2025
Sanción de 10 segundos a Piastri tras esta maniobra bajo Safety Carpic.twitter.com/fOFkErcunh
Os 10 segundos de sanção ao australiano foram por conduzir de maneira errática e travar voluntariamente a meio da recta con visibilidade reduzida, o que obrigou Verstappen a desviar a trajetória. Uma decisão que promete gerar polémica, dado que Russell fez o mesmo no GP do Canadá e nada aconteceu.
A chuva foi-se embora e os Mclaren também, para uma corrida solitária que ninguém ousou sequer perturbar.
A corrida ficou bem mais interessante atrás, com Hamilton colado a Hulkenberg na 38.ª volta das 52 previstas na luta pelo terceiro lugar do pódio. A mais de 28 segundos, lá na frente, seguiam Piastri e Norris.
Verstappen seguia em sétimo e perseguia Gasly quando Russell se despistou e caiu para 14.º, conseguindo regressar à corrida, para as 11 voltas que faltavam.
Altura perfeita para Hamilton, Gasly e Verstappen irem à boxe mudar para pneus intermédios quando ainda havia muitas poças no circuito.
À volta 44, Oscar Piastri cumpriu a penalização e Norris saltou, finalmente, para a liderança.
Faltavam sete voltas, Norris liderava com seis segundos de vantagem quando o australiano regressou, à frente de Hulkenberg, que Hamilton continua a ameaçar. Há 15 anos que Hulkenberg está na F1, cumpria o seu 239 GP e acabou por aguentar a pressão para o primeiro pódio da carreira, conquistado depois de sair do 19.º lugar.
Para a história ficou o primeiro triunfo de Lando Norris em casa, o 8.º da carreira, o segundo lugar do desiludido Oscar Piatri e a alegria de Nico Hulkenberg (Sauber) que fechou o pódio aos 38 anos.
#DAZNF1