NBA em ebulição: Shai renova, Lillard dispensado, Turner nos Bucks e Kornet nos Spurs
O mercado de negociações da NBA abriu nas horas que antecederam a entrada do mês de julho e, depois de nos minutos iniciais ter vivido em alguma tranquilidade, rapidamente entrou no habitual turbilhão de negociações com free agents e transferências que promete mudar muita coisa em 2025/26. Temporada em se espera, pelo menos na Conferência Este devido à lesão de Tyrese Haliburton (Pacers), que os finalistas voltem a ser, uma vez mais, diferentes dos últimos sete campeonatos.
Se as mudanças de Kevin Durant dos Suns para os Rockets e de Desmond Bane dos Grizzlies para os Magic provocaram as primeiras ondas de choque, ainda durante os Finals, seguiu-se o início do desmantelar de parte do conjunto de Boston. Isto para os novos donos não ficarem com uma massa salarial recorde de mais de 500 milhões de dólares (425,8 milhões de euros) - incluindo as penalizações das novas taxas da Liga -, numa época em que não deverão surgir entre os principais candidatos ao título devido a lesão e operação de Jayson Tatum ao tendão de Aquiles.
Assim, Jrue Holiday foi transferido para os Blazers e Kristaps Porzingis para os Hawks – negócio que envolve três clubes e só pode ficar concluído a 6 de julho face ao período moratório da NBA em que os novos contratos não podem ser assinados até então, apenas negociados.
No entanto, não deixou de causar espanto que as primeiras surpresas do mercado tenham acontecido, uma vez mais, com os Celtics. Quando se sabia que os ex-campeões de Este andavam a negociar a renovação com os postes Al Horford e Luke Kornet, caiu como uma bomba que Kornet, o qual, habitualmente, antecedia a Neemias Queta na rotação de Joe Mazzulla para dar descanso a Porzingis e Horford, mudar-se-á para os Spurs, onde atua, na mesma posição, o fenómeno Victor Wembanyama. Kornet assegurou um contrato por quatro épocas no valor de 41 milhões de dólares (34,9 milhões de euros).
É o fim da passagem de cinco temporadas de Kornet, de 29 anos, em Boston, onde era adorado pelos fãs. Não só pelo que trazia para campo como pela positiva espiritualidade e graça.
Sem que se saiba se o veterano Horford, de 39 anos, continua (é apontado a Nuggets e Warriors), Neemias Queta, Luka Garza, que na segunda-feira assinou por duas épocas/5,5 milhões (4,7 milhões), e o rookie Amari Williams são, por enquanto, os postes em Boston. Mas entre os extremos há um novo: os Celtics adquiram, ontem, Josh Minott (ex-Wolves) por 2 anos e 5 milhões (4,27 milhões).
Existe, por isso, alguma expectativa para ver qual o papel que Mazzulla pretender do português. Isto, apesar do seu salário ser de apenas 2,350 milhões (2 milhões), não vier a acabar incluído em qualquer transferência.
Quem não perdeu tempo depois da conquista do título foram os campeões Thunder. Renovaram com a sua maior estrela, Shai Gilgeous-Alexander, MVP da fase regular e Finals e melhor marcador do campeonato (32,7 pts), por quatro temporadas no valor de 285 milhões. Com direito a contrato super máximo devido à valorização que ganhou por causa dos prémios que recebeu nas últimas épocas, como também ter feito parte dos cinco ideais da Liga, aos 26 anos SGA garantiu o maior salário anual da história da NBA.
O contrato apenas começa a contar a partir de 2026/27 e se começa por pagar 40,806 milhões (34,747 milhões), quando chegar a 2029/39 Shai auferirá 73,900 milhões (62,927 milhões). O mais bem pago em 2025/26 irá ser, uma vez mais, Stephen Curry (Warriors) com 59,6 milhões (50,8 milhões).
Recorde-se que um contrato super máximo seria o que Luka Doncic teria direito caso tivesse permanecido nos Mavericks, em vez de ser mandado para os Lakers. Em Dallas teria direito à renovação de cinco épocas por 345 milhões (293,7 milhões). Só que, ao ser trocado para LA, o máximo que passou a poder aspirar serão quatros anos por 229 milhões (195 milhões).
Bem, na verdade, se renovar primeiro por não mais do que duas temporadas, depois poderá sonhar com um contrato de 420 milhões (357,6 milhões). Mas isso são outras contas.
No entanto, a maior surpresa do dia não foi uma transferência ou renovação, mas sim uma rescisão: a dos Bucks com Damian Lillard, que se na primeira ronda do play-off, em maio, contra os Pacers, sofreu rotura no tendão de Aquiles e teve de ser operado.
Com o risco de verem Giannis Antetokounmpo exigir uma transferência por não querer jogar mais em Milwaukee, os Bucks vão pagar, ao longos dos próximos anos, os 113 milhões (96.22 milhões) do contrato que renovaram com Lillard até 2029/30, o homem que foram buscar a Portland para jogar ao lado de Antetokounmpo, para ganharem espaço no teto salarial e assinarem com o até agora poste dos Pacers Myles Turner.
Este passou a agente livre e não estava a receber as ofertas que desejava de Indiana (3 épocas/$60 milhões). Agora, para as próximas quatro temporadas terá direito a $107 milhões (€91,112 milhões), com cláusula de rescisão do jogador na última temporada.
Já Lillard, segundo o seu agente, aguardará para pensar onde poderá jogar, até porque a próxima temporada dificilmente estará em condições máxima e já avisou que pretende fazer a recuperação unto da família, em Portland. Correm é já rumores de que Giannis não terá ficado muito satisfeito com a dispensa do colega.
Pelo meio, os Mavericks, que estarão privados de Kyrie Irving (rotura ligamentos cruzados), acordaram com o base D’Angelo Russell (ex-Nets), por duas épocas/13 milhões (11,069 milhões), que assim torna a atuar ao lado de Anthony Davis, ex-companheiro nos Lakers, enquanto o poste Jakob Poeltl prorrogou contrato com os Raptos por quatro temporadas e 104 milhões (88,557 milhões).
O base alemão Dennis Schroeder (ex-Pistons) conhecerá, aos 31 anos e na 13.ª temporada na NBA, o seu 10.º clube ao mudar-se para os Kings por três anos e 45 milhões (38,3 milhões). Passa a ser o primeiro basquetebolista não americano a ter jogado em 10 dos 30 clubes da Liga, superando o recorde do italiano Marco Belinelli (9).
Quem não ficou também parado foram os Nuggets, não vá o poste Nicola Jokic, melhor jogador do mundo, também ficar ansioso por mudar de ares. Logo no arranque do mercado, enviaram Michael Porter Jr. para os Nets recebendo em troca Cameron Johnson. Mais tarde garantiram que Jonas Valanciunas será o suplente de Jokic num negócio que leva Dario Saric para os Kings, e concluíram o dia com a aquisição do base Tim Hardaway Jr (ex-Pistons) com um ano de contrato.