«Na Luz as pernas podem tremer no primeiro minuto, mas quando era músico também podia tremer da voz e depois parecia o Freddie Mercury»
Na antecâmara de um jogo diante de um grande do futebol português, num palco mítico do contexto nacional e europeu. Assim está o AVS SAD. O emblema avense defronta amanhã o Benfica, numa partida relativa ao Grupo B da Taça da Liga e que vai decidir quem segue para a 'final four' da competição, e no seio da formação nortenha há esperança numa surpresa.
Quem o garante é Marco Leite, treinador adjunto do AVS SAD. O técnico, um dos braços direitos de Jorge Costa - que está suspenso e, por essa razão, não vai poder sentar-se no banco -, sublinha toda a qualidade do Benfica, tem noção das dificuldades que a sua equipa vai ter pela frente, mas não esconde que o objetivo é ir à Luz lutar pelo apuramento.
«Vamos à Luz sabendo de antemão que é um jogo difícil. Vamos defrontar uma grande equipa, num estádio sempre com muita gente, e não há muito a dizer sobre o adversário, que tem muito mediatismo e toda a gente conhece. Os nossos argumentos técnicos estão todos cá. A nossa equipa está sempre na máxima força, confiamos em todos. A estratégia pode variar ou não em função do adversário que apanhemos, mas o que vamos fazer amanhã não lhe vou dizer. O que posso dizer é que não vamos prestar subserviência ao Benfica. Vamos respeitar o Benfica, mas vamos lutar pela eliminatória, que está em aberto e tudo pode acontecer. Acredito que o Benfica pode fazer algumas alterações no onze, alguma gestão por parte do seu treinador, uma vez que tem um conjunto de jogadores de enorme qualidade. Se jogassem os habituais titulares, o que também poderá acontecer, e se acontecer taça, mais mérito terão os nossos jogadores», afiançou.
Desafiado a pronunciar-se sobre o sentimento de jogar no imponente Estádio da Luz, Marco Leite voltou a sublinhar que a sua equipa não vai sentir qualquer tipo de receito. Sendo que, para isso, até deu um exemplo curioso remontando aos tempos em que a sua carreira era a... música: «Independentemente da competição ou do adversário que possamos encontrar, a nossa forma de estar será sempre a mesma. Amanhã será exatamente a mesma coisa, não será diferente por defrontarmos o Benfica. Claro que jogar num estádio como aquele dá um friozinho na barriga. Muitos não sabem, mas eu fui músico durante muitos anos. E quando me diziam que íamos tocar a um pavilhão com 10 mil pessoas, como aconteceu, era porreiro. Mas se me dissessem que podíamos tocar num estádio com 65 mil pessoas eu dizia logo que sim. É preferível, não é? No início, podia tremer a voz, mas depois parecia o Freddie Mercury, não facilitava. E os nossos jogadores vão ser exatamente a mesma coisa. Pode-lhes tremer a perna no primeiro minuto, mas a seguir vão demonstrar que são do AVS e que são candidatos a fazer o melhor que sabem e que podem. Quer contra o Benfica, quer na Liga 2. Tal como, de resto, os jogadores têm feito de forma exímia.»
«Vão-me chamar careca»
A finalizar, Marco Leite foi questionado sobre a ausência de Jorge Costa, o líder da equipa técnica. E também aqui o adjunto demonstrou uma boa disposição... contagiante. «Estando no banco de suplentes, talvez fosse ele o alvo de umas vaias e de uns impropérios vindos das bancadas. Não estando, se calhar vou ser eu que vou ouvir chamarem-me careca, ou assim. [risos]. Mas ele vai estar por perto e quando nós fizermos um golo vamos virar-nos para trás e acenar como temos feito até agora», concluiu.