Jogadores de Cabo Verde a celebrarem a vitória caseira aos Camarões - Foto: FIFA
Jogadores de Cabo Verde a celebrarem a vitória caseira aos Camarões - Foto: FIFA

Mundial 2026: Cabo Verde a um pequeno passo de fazer história

Cabo-verdianos jogam esta quarta-feira na Líbia e uma vitória significa o apuramento inédito para a fase final do Campeonato do Mundo, mas empate pode também bastar

Estamos prestes a testemunhar um momento histórico. Depois de Uzbequistão e Jordânia terem garantido um apuramento inédito para a fase final do Campeonato do Mundo, também Cabo Verde está a um pequeno passo de conseguir fazer história e de garantir pela primeira vez a presença num Mundial, o próximo de 2026.

Os cabo-verdianos são líderes isolados do grupo D da fase de qualificação africana - seis vitórias, um empate e uma derrota -, com mais quatro pontos que o segundo classificado, e uma vitória nestes últimos dois jogos do estágio de outubro significaria a tão desejada qualificação, sendo que até podem perder ambos e ficar em primeiro lugar na mesma.

No entanto, para isso acontecer já esta quarta-feira, Cabo Verde tem de vencer na Líbia ou empatar e esperar que os Camarões não ganhem à Maurícia. Uma derrota resultaria na aproximação das outras duas seleções, que ainda estão em disputa pelo primeiro lugar - posição que dá acesso direto ao Mundial - e pelo segundo, em que apenas quatro das nove seleções segundas classificadas é que são apuradas, mas os cabo-verdianos continuariam a depender apenas de si próprios na última ronda para terminar no topo.

Por isso, as contas são fáceis: vencer na Líbia esta quarta-feira ou então ganhar em casa diante do Essuatíni, último classificado com apenas dois pontos em oito jogos. Para chegar a esta posição, Cabo Verde teve de vencer em setembro na Maurícia (2-0) e também em casa frente aos favoritos do grupo, os Camarões (1-0), um jogo decisivo pela liderança, num dia em que até o governo cabo-verdiano concedeu tolerância de ponto para que os seus cidadãos apoiassem a seleção.

Se conseguir marcar presença no Mundial, que vai ser jogado nos Estados Unidos, Canadá e México durante o verão de 2026, Cabo Verde tornar-se-ia no segundo país mais pequeno de sempre a participar num Campeonato do Mundo: têm menos de 600 mil habitantes. O mais pequeno, até agora, foi a Islândia, eliminada na fase de grupos em 2018, na Rússia.

Vozinha, guarda-redes do Chaves, Stopira, do Torreense, Sidny Lopes Cabral, do Estrela da Amadora, Jair Semedo, do Farense, Telmo Arcanjo, do Vitória de Guimarães, e Dailon Livramento, do Casa Pia, são alguns dos 23 convocados por Pedro Brito, mas há muitos outros atletas que passaram por Portugal.

No mesmo grupo está a Angola, ex-equipa de Pedro Gonçalves, que abandonou o cargo depois do último estágio de setembro, mas os angolanos ocupam o quarto lugar, já não chegam ao primeiro e precisariam de um autêntico milagre para atingir o segundo e se qualificarem, daí a saída do técnico português.

Além de Portugal e Brasil, a Angola é outro único país de língua oficial portuguesa a participar num Campeonato do Mundo. Foi em 2006, na Alemanha, e não saiu da fase de grupos, tendo jogado até com Portugal, mas perdeu por 0-1 na ronda inaugural - golo de Pauleta e assistência de Luís Figo (4'). Cristiano Ronaldo foi titular. De seguida, empatou a zero com o México e até teve um expulso, e até esteve a ganhar ao Irão, mas o encontro terminou com uma igualdade a uma bola. Portugal, de Scolari, passou em primeiro com 9 pontos de 9 possíveis e o México acompanhou com quatro em segundo lugar.