Mário Gomes: «É sempre uma boa altura para ser a primeira vez»

«É possível que os adversários nos olhem agora com maior respeito porque, de alguma maneira, o estatuto da Seleção mudou um pouco nos últimos tempos com aquilo que fez. Não só com a qualificação para o EuroBasket-2025, mas também com o que depois realizou na fase final. Mas não penso que seja uma diferença muito grande», começou por declarar o selecionador nacional Mário Gomes à comunicação da federação após o primeiro treino dos Linces no Moraca Sportis Centre.

Pavilhão em Podgorica, onde, quinta-feira (17h00), Portugal (47.º ranking mundial) defrontará o anfitrião Montenegro (18.º) no arranque do Grupo B da 1.ª ronda de qualificação para o Mundial-2027. Poule onde estão igualmente a Grécia e Roménia, que no mesmo dia medem forças em Tessalonica (16h30).

«Isto porque quando chegámos ao Europeu já não era propriamente uma surpresa que pudéssemos e conseguíssemos competir e ganhar jogos. Nomeadamente os dois que vencemos: o primeiro contra os checos, e o quinto frente aos estónios. Até porque, num quinto encontro já não há surpresas para ninguém. Mas é possível que isso aconteça, que nos olhem com maior respeito, só que, relativamente a nós, não muda grande coisa», garante Mário Gomes.

«Vamos continuar a estudar os adversários mas, muito mais importante é pensarmos naquilo que temos de fazer e encarar isto como temos feito: só temos um jogo. Não vale a pena pensar mais para frente», foi referindo quem tem no Montenegro um adversário frente ao qual Portugal regista dois desaires, ambos durante a qualificação para o Mundial-2023 (62-77 e 83-69) e que há dois meses também esteve no EuroBasket-2025, só que sem ter conseguido passar da fase de grupos (5.º, 1 v-4 d),  estava no Grupo B com a campeã Alemanha e Lituânia - tendo terminado o torneio em 20.º, cinco lugares abaixo dos Linces.

«Montenegro não tem o mesmo selecionador [regressou Zvezdan Mitrovic], por isso é possível que joguem de maneira diferente do Europeu. Mas, de qualquer das formas, com o conhecimento individual dos jogadores, há sempre coisas que irão aparecer: bloqueios diretos, bloqueios para os lançadores, jogadores interiores fortes… Temos de estar com atenção a essas coisas, mas é como digo, o scouting é importante, mas temos que nos basear nas nossas regras da defesa e defendermos coletivamente. Princípios que são os mesmos desde que pegamos na Seleção», destaca o técnico nacional.

«A realidade é que o Montenegro tem uma equipa forte, a quem nunca ganhámos, tal como também nunca vencemos a Grécia, mas nestas situações é sempre uma boa altura para ser a primeira vez», terminou Mário Gomes sem deixar de expressar um leve sorriso.