Diego assinou o momento alto da noite, com um golo fantástico que selou o 3-1 (Foto Hugo Delgado/LUSA)

Guerreiros de espadas afiadas para a Europa

SC Braga com vitória expressiva sobre também 'uefeiro' Celta de Vigo e boas perspetivas para o jogo de quinta-feira diante do Levski Sófia. Princípios de Carlos Vicens já estão a ser bem apreendidos. Dois grandes golos, um de Gorby, outro de Diego

Dia de festa na Cidade dos Arcebispos com o Braga Day coroada com uma vitória por expressivos 3-1, já à noite, diante do europeu Celta de Vigo, equipa que terminou em sétimo lugar a última poderosa La Liga.

A estreia uefeira dos arsenalistas está marcada já para quinta-feira, diante dos búlgaros do Levski Sófia, em encontro da primeira mão da segunda pré-eliminatória da Liga Europa e tirando ilações não muito precipitadas do encontro de apresentação, pode-se dizer que os Guerreiros já têm as espadas afiadas para esse desafio e esta argumentação pode ser suportada pela excelente primeira parte, pela belíssima exibição de Rodrigo Zalazar, pela boa integração dos reforços Lagerbielke e Dorgeles e pela agradável dinâmica já apresentada pela equipa, malgrado a alteração tática introduzida pelo novo treinador Carlos Vicens, num esquema que não é muito fácil de absorver, ou não fosse o catalão um discípulo dileto de Pep Guardiola.

O SC Braga apresentou-se em 4x4x2, com a defesa constituída por três centrais de raiz (Lagerbielke, Paulo Oliveira e Arrey- Mbi) e um médio, Vítor Carvalho, a jogar no centro do setor mais recuado mas a saltar na construção para o meio-campo, criando superioridade numérica nesse setor, permitindo a libertação de Gorby e deixando os dois alas, Dorgeles e Zalazar, com capacidade de criação em zonas mais interiores.

A posse de bola é a matriz do jogo bracarense, mas o encontro não lhes começou bem, pois mostravam-se muito distantes da baliza contrária. No entanto, ao minuto 22 Zalazar serviu de acelerador de partículas, colocou a bola na cabeça de Fran Navarro, que serviu Gorby para um remate de pé esquerdo indefensável para Radu. A partir daí, os homens de Vicens libertaram-se e começaram a controlar por completo as operações e ainda antes do intervalo, na conversão duma grande penalidade, a estrela Zalazar ampliou a vantagem, mais do que justa ao intervalo.

No recomeço, o treinador do Celta de Vigo mudou por completo o onze, Vicens aproveitou a mudança de equipamento mas foi um pouco mais comedido, deixando em campo apenas três jogadores do primeiro tempo: Lagerbielke, Dorgeles e Zalazar. A equipa, naturalmente, ressentiu-se, passou a ter dificuldades com bola, a defender pior, sobretudo na faixa esquerda e os galegos reduziram, por Jones (52’), num lance em que ficaram evidentes as dificuldades a guardar o seu flanco de Sandro Vidigal e Leonardo Lelo.

Podia pensar-se que os bracarenses entrariam em processo de desmoronamento, mas tal não se verificou e aos 83 minutos, já depois da entrada de Niakaté, Roger e Chissumba, Diego assinou o momento da noite, com um golaço de fora da área a sentenciar a partida.

No deve e haver, ficam algumas certezas sobre o SC Braga versão 2025/2026 e a dúvida de como Vicens vai encaixar uma das mais-valias da equipa, Roger Fernandes, jogador muito vertical e de profundidade nos flancos num esquema que não favorece muito jogadores com essas características.

Contas feitas, terminada a pré-época dos minhotos, cinco jogos de preparação e cinco vitórias — P. Ferreira (1-0), Wolfsberger (2-0), Panathinaikos (2-1), Moreirense (2-0) e Celta (3-1). Quinta-feira logo se verá como se será…

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