Gabri e Mora recuperados, o mercado de inverno e a ansiedade de Samu: tudo o que disse Farioli
Francesco Farioli fez este domingo a antevisão da partida contra o Estrela da Amadora, da 14.ª jornada, que se disputa amanhã, no Estádio do Dragão, a partir das 20h45. O italiano confirmou a recuperação de Rodrigo Mora e Gabri Veiga, falou sobre a valia do adversário e do que espera do mercado de inverno.
— Gabri Veiga e Rodrigo Mora estão aptos para o jogo? Que expectativas tem deste jogo? O João Costa, que jogou na época passada no Estrela da Amadora, passou-lhe alguma informação?
— O Rodrigo Mora está totalmente apto, enquanto o Gabri trabalhou ontem e não teve problemas de maior, por isso estão convocados. Quanto ao João, é sempre bom ter alguma informação.
— Qual seria a melhor alternativa caso não tivesse Mora e Gabri Veiga? Pepê podia jogar no meio-campo?
— Fomos tentando um pouco de tudo, o meio-campo é a chave do jogo e é importante ter as qualidades e o equilíbrio indicados para termos as ligações corretas. O Pablo pode jogar a 8/10, por exemplo, porque dá coisas diferentes do Gabri e do Rodrigo, mas tem um equilíbrio distinto também. Temos de ver o momento dos jogadores e encontrar a melhor fórmula.
— O FC Porto joga com o Estrela e depois, na quinta-feira, com o Famalicão. Consegue separar cada jogo, estando tão próximos um do outro?
— Ligação, há sempre... Jogar à segunda-feira é bom para nós, porque um dia [de descanso] não parece muito, mas no final significa bastante, especialmente quando temos jogos a cada quatro dias. Dá-nos a possibilidade de recuperar os jogadores, se não tiverem nada de grave. Os que começaram frente ao Malmo, ou até algumas mexidas, podem começar de início com o Estrela. Vamos tentar afinar todos os detalhes e aparecer em campo com a atitude certa, que penso ser determinante.
— Com o Zaidu na Taça das Nações Africanas, fica apenas com o Francisco Moura no lado esquerdo da defesa. Há no plantel quem possa fazer o lugar, em caso de necessidade?
— O Zaidu vai representar o seu país. Não é o ideal nesta fase da época, mas faz parte do jogo. O Moura é o único jogador de raiz, mas o Kiwior pode jogar lá, atuou lá muitas vezes no Arsenal nessa posição e em alguns momentos aqui. O Martim Fernandes também pode jogar nessa posição, como aconteceu quando o Moura estava lesionado. Temos ainda o Pedro Lima, que trabalha constantemente connosco e joga na equipa B. Serão opções suficientes.
— Disse que não seria possível cobrir todas as posições no mercado de inverno e que seria precisa criatividade. Essa criatividade pode passar, por exemplo, no ataque, que ficou sem Luuk de Jong, pelo avanço do Rodrigo Mora no terreno?
— Está a falar em criatividade e acho que apresentou aqui uma boa ideia, uma boa solução. Quando falo sobre criatividade, falo sobre a possibilidade de os jogadores conseguirem fazer mais do que uma posição, como acontece com o Pablo Rosario. Mas não é o único. O próprio Kiwior, como já mencionei, pode jogar a lateral-esquerdo. Este tipo de jogadores dá-nos outras coisas. O Rodrigo é literalmente o falso nove. Se se lembrarem, jogámos com ele nessa posição frente ao Estrela Vermelha e esteve muito bem. Tem um perfil completamente diferente ao de Samu e de Deniz. É uma possibilidade. Sobre o mercado, ainda teremos tempo para falar sobre isso. Estamos a trabalhar arduamente nos bastidores com o presidente para definirmos o que podemos ter e gostaríamos de ter. O clube está disposto a fazer um esforço para tornar a equipa ainda mais forte para lutar pelas competições que temos até ao final da temporada.
— Também afirmou que o estágio seria bom para integrar novos jogadores. Espera que a criatividade do ‘scouting’ permita ter esses jogadores na concentração?
— Trabalhamos para preparar da melhor forma possível a janela de mercado de janeiro, se for possível. Mas o nosso foco está no jogo. De todas as perguntas que já me fizeram, apenas a primeira foi sobre o jogo. Vamos defrontar um adversário com qualidade, que irá exigir muita atenção e concentração da nossa parte. A melhor prova disso mesmo foi o jogo com o Tondela, em que na primeira parte não tivemos a atitude certa, mas na segunda mudámos o rumo do jogo. Queremos ter um bom jogo no Dragão. Aliás, quero endereçar uma mensagem para os nossos adeptos. Sabemos que faltam alguns bilhetes para vender, sei que é uma segunda-feira à noite e que não será fácil para as famílias estarem presentes, mas sabemos muito bem quão importante é para nós termos um estádio cheio e ter o apoio de todos os que puderem estar presentes nas bancadas.
— Samu está numa fase goleadora muito boa. Por vezes parece ter essa ansiedade para marcar. É assim que gosta dos seus pontas de lança, ansiosos para fazer golos?
— Não sei se ansioso é a palavra mais indicada para defini-lo. É um grande avançado e vou dizer antes que tem o desejo de marcar. Tem todas as características para ser um número 9 de topo. É um jogador que queremos apoiar sempre. O desejo dele em marcar golos nunca entra em conflito com o facto de, coletivamente, querermos ganhar jogos enquanto equipa, até porque na altura de ter de fazer uma assistência ele faz. Tem uma excelente relação com os companheiros da frente, tanto com o Deniz como com o Luuk. Estou muito feliz com a ansiedade dele em marcar golos.
— O Estrela da Amadora foi a última equipa a vencer o FC Porto na Liga e foi um jogo traumatizante para os adeptos. Olhando para a solidez atual que conseguiu introduzir na equipa, acha que o seu trabalho devia ser mais elogiado?
— Não devemos ir tão atrás, não há vingança, trata-se de estarmos concentrados no nosso caminho. Alertei para as dificuldades que a partida vai colocar-nos. São elementos suficientes para estarmos preparados, esta liga é muito exigente e não nos permite ausências de atenção. Na quinta-feira jogámos 85 minutos a bom nível, desconcentrámo-nos por um pouco e sofremos um golo que nos custou muito. O meu desafio diário é manter a exigência e o foco sempre altos, ainda não conquistámos nada e, para isso, o jogo de amanhã é fundamental.
— O Karamoh pode ser um verdadeiro reforço nesta fase, após ter chegado mais tarde ao FC Porto?
— Tem muitos jogos na Serie A, trabalhámos juntos e tem uma certa experiência. Veio para o FC Porto tentar relançar a carreira e aceitou o desafio que definimos para ele, para ganhar, primeiro, uma certa condição física e ritmo com a equipa B, por quem marcou dois golos nos últimos jogos. O que aprecio mais é que está connosco com a atitude e o sorriso certos. Também vemos o Alarcón a melhorar imenso, faz realmente um bom trabalho. Há sempre riscos de lesões e suspensões, temos o Borja com quatro amarelos, por exemplo, e todos têm de estar prontos. O Karamoh é um bom exemplo dessa capacidade.