FC Porto: Jorge Costa brilhou logo no ano do regresso aos dragões
25 de agosto de 1992. A data, assim de repente, pode não dizer muito aos adeptos portistas, mas a grande verdade é que depois da trágica partida de Jorge Costa, esse dia merece ser recordado. Porque foi especial para o Bicho.
Estávamos no início da mais uma época desportiva, mas para Jorge Costa não era apenas mais uma temporada. Era 'a' temporada. Porque em 92/93 o defesa-central regressou, definitivamente, a casa. Nos dois anos anteriores, recorde-se, o eterno capitão do FC Porto tinha estado emprestado a Marítimo e Penafiel — isto depois de ter terminado a sua formação no emblema azul e branco —, mas o regresso à Invicta não poderia ter corrido melhor.
A 25 de agosto de 1992 (reforçamos propositadamente a data por ter tanto significado) arrancava o campeonato e o sorteio reservou ao FC Porto uma receção ao Estoril. O jogo não foi fácil para a equipa então orientada por Carlos Alberto Silva, mas houve um menino que perdeu a toda a vergonha e tocou o céu... azul: Jorge Costa, pois claro. O Bicho apontou o golo que acabaria por dar o triunfo aos azuis e brancos, marcando, assim, da melhor forma o seu regresso ao clube do coração.
E essa equipa do FC Porto, sublinhe-se, era de excelência. De tal forma que acabaria mesmo por sagrar-se campeã nacional, contabilizando 24 vitórias, seis empates e quatro derrotas (59 golos marcados e 17 sofridos). Nessa altura, recorde-se, os triunfos ainda valiam apenas dois pontos, pelo que os portistas terminaram o campeonato com 54 pontos, mais dois que o vice-campeão, Benfica.
Ainda a título de curiosidade, eis o onze inicial do FC Porto nesse encontro (de sonho) para o lendário defesa-central: Vítor Baía; João Pinto, Jorge Costa, Zé Carlos e Vlk; Rui Filipe, André e Semedo; Jorge Couto, Domingos e Paulinho McLaren. Durante esse jogo com o Estoril, Carlos Alberto Silva lançou ainda os não menos míticos Jaime Magalhães e Emil Kostadinov, sendo que no banco de suplentes (onde na altura apenas podiam sentar-se cinco jogadores) pontificavam também Valente, Bandeirinha e Tozé.
Mas não se pense que esse grupo não tinha ainda mais nomes grandes da história do FC Porto. Tais como? Fernando Couto, Aloísio, Rui Jorge, Paulinho Santos, Bino, Ion Timofte, António Carlos, Toni, entre outros. Era uma verdadeira constelação de estrelas.
A receção ao Estoril foi, portanto, um verdadeiro dia (e jogo) à Bicho. Como diz o poeta, recordar é viver. E numa altura em que todas as homenagens são poucas, dado o extraordinário legado que Jorge Costa deixou no FC Porto (e no futebol português), talvez os adeptos portistas que na época 1992/1993 já acompanhavam o clube de alma e coração possam agora reviver este jogo e recordar mais uma das brilhantes páginas de história que Jorge Costa escreveu com a camisola azul e branca vestida e de dragão ao peito.
Depois disso... é só o currículo a falar: 8 Ligas, 8 Supertaças, 5 Taças de Portugal, uma UEFA Champions League, uma Taça UEFA, uma Taça Intercontinental e um Mundial de sub-20. Jorge Costa brilhou no regresso e brilhará eternamente. Porque as lendas nunca morrem.
Vitória no Dragão tal como pós-PdC
Quis o destino que o Vitória de Guimarães voltasse a ser a equipa a jogar no Estádio do Dragão numa altura de luto no seio do universo azul e branco.
A 24 de fevereiro, há pouco mais cinco meses, portanto, o emblema minhoto deslocou-se ao reduto do FC Porto para disputar a 23.ª jornada da época passada — embate que terminou empatado a uma bola (Fábio Vieira tinha dado vantagem aos dragões, Umaro Embaló empatou para os conquistadores) —, numa altura em que a nação azul e branca ainda tinha bem presente o desaparecimento de Jorge Nuno Pinto da Costa, que falecera a 15 de fevereiro.
Nesse entretanto, o conjunto então orientado por Martín Anselmi disputou outras duas partidas, mas sempre na condição de visitante: Farense (1-0), na 22.ª jornada da Liga, e Roma (2-3), segunda mão do play-off da Liga Europa.
Na segunda-feira (20h45), o anfiteatro portista deverá voltar a engalanar-se para mais uma sentida homenagem a Jorge Costa.