FC Porto: central de excelência com aversão ao amarelo
Um dos grandes 'upgrades' que o FC Porto efetuou na presente temporada foi a qualidade dos seus reforços do mercado de verão, em especial no que concerne ao nível dos seus defesas-centrais. Tanto Bednarek, Prpic e sobretudo Kiwior dão uma maior segurança a um setor preponderante na estratégia de Francesco Farioli, um perfeccionista do plano defensivo, como se constata pelos números apresentados pela equipa em 2025/2026.
Há, no entanto, um jogador que tem saltado à vista pela excelência em campo. Kiwior, de 25 anos, chegou do Arsenal ao Dragão a título de empréstimo até 30 de junho de 2026 a troco de uma taxa de dois milhões de euros. O acordo com os 'gunners' inclui a opção de transferência a título definitivo dos direitos de inscrição desportiva e de 100% dos direitos económicos do jogador pelo valor fixo de €17 milhões, acrescido de uma remuneração variável máxima de €5 milhões em função do cumprimento de certos objetivos. Esta opção poderá ser exercida pelo FC Porto ou pelo Arsenal. O Arsenal irá reter também um valor fixo de €2 Milhões numa potencial futura transferência do jogador.
Trata-se, na realidade, de um investimento avultado que a SAD liderada por André Villas-Boas terá de fazer no final da época, mas estamos perante um futebolista que vale cada cêntimo. A excelência que demonstra dentro das quatro linhas salta à vista e nesta temporada há um dado relevante que não deixa de ser verdadeiramente assinalável. Além de recorrer poucas vezes à falta, Kiwior tem a particularidade de nos 19 jogos já realizados em 2025/2026 — 14 pelo FC Porto e cinco pela Seleção da Polónia — não ter visto um único cartão amarelo.
O polaco destaca-se pela forma imperial como se impõe nos duelos com os adversários, raramente recorrendo à falta e procurando sempre sair com a bola a jogar, tendo em conta a sua qualidade de passe, claramente acima da maioria dos centrais que atuam em Portugal. É, indubitavelmente, uma mais-valia para o campeonato português a sua chegada, ele que deixou Londres para jogar com mais frequência, apesar de Mikel Arteta ter procurado forçar a sua continuidade no plantel do Arsenal.
Rapidamente Kiwior caiu no goto do exigente universo azul e branco e integrou-se com rapidez na mística que grassa no seio do grupo de trabalho, fortalecendo sobremaneira um setor que apresentada grandes debilidades na época passada. Juntamente com o compatriota Bednarek, forma seguramente a dupla defensiva mais coesa da Liga portuguesa — FC Porto tem apenas três golos sofridos em 13 jornadas do campeonato já disputadas — e das 14 partidas em foi utilizado por Francesco Farioli, ajudou a manter a baliza a salvo por 10 ocasiões. As exceções foram a derrota com o Nottingham Forest (2-0) em Inglaterra, Moreirense (2-1), SC Braga (2-1) e Malmo (2-1). Uma folha de serviço exemplar de um jogador que acrescenta valor ao setor defensivo, mas que também ajuda bastante no ataque, tanto nas bolas paradas — esteve recentemente envolvido no lance do primeiro golo da vitória por 2-0 em Tondela —, mas sobretudo na forma como lança com mestria os companheiros em profundidade, e consegue, fruto da qualidade do passe, quebrar linhas quando os adversários se apresentam num bloco mais baixo.
A bola sai quase sempre teleguiada do pé esquerdo do internacional polaco, pois raramente executa mal um passe ou deixa a área que defende desguarnecida. Por tudo aquilo que tem feito desde que assinou pelos dragões, Kiwior é garantia de segurança e o investimento que a SAD venha a fazer no próximo verão terá sempre retorno desportivo. Kiwior é um central de excelência, sem dúvida...