'Fantasmas de Munique' voltam a assombrar treinador do Benfica
No final do último jogo do ano, derrota (0-1) em Alvalade no dérbi com o Sporting, os encarnados deram passos atrás, perdendo a liderança da Liga e duas posições na tabela (3.º lugar, 38 pontos, contra os 40 dos rivais), mas também viram serem postas em causa as ideias do treinador.
Tal como acontecera após a partida de Munique, com o Bayern (0-1), para a Liga dos Campeões, a abordagem ao encontro motivou críticas, tanto dos adeptos, como por parte dos próprios jogadores, que sublinharam a ideia de o verdadeiro Benfica só ter aparecido na segunda parte. Após o intervalo, o Benfica subiu claramente no terreno e foram feitas mudanças por Bruno Lage que tornaram a equipa mais ofensiva.
Publicamente, Otamendi foi o primeiro a dar conta da insatisfação pela forma como o Benfica se apresentou na primeira parte. «Acho que fomos uma equipa que ofereceu a primeira parte. O segundo tempo foi um jogo mais dominante, de mais de pressão, de tentar ir buscar o resultado. Creio que estamos com esse sabor amargo, de que o resultado seria diferente se a bola tivesse entrado, mas lamentavelmente não entrou», começou por dizer, à Sport TV.
Na conferência de Imprensa, o treinador foi convidado a comentar as palavras do capitão de equipa e discordou: «Não concordo tanto com o Nico. O Sporting foi ligeiramente superior, porque também tivemos oportunidades e poderíamos ter marcado.»
A seguir, porém, Otamendi teve o apoio de Di María, que foi às redes sociais reforçar o inconformismo em relação à primeira parte da equipa, demasiado conservadora, para a generalidade da crítica. «Não foi o resultado que merecíamos. Oferecemos 45 minutos e pagámos caro, mas na segunda parte mostrámos o Benfica que todos queremos. Isto não é como começa, mas sim como vai acabar. Juntos pelo 39 em 2025, feliz ano novo aos benfiquistas e obrigado por estarem sempre a apoiar-nos e a fazer sentir-nos em casa em qualquer estádio», leu-se na publicação do campeão do Mundo.
Para que não restassem dúvidas sobre a sua posição, Otamendi ainda recorreu também às redes sociais para apontar o dedo aos primeiros 45 minutos: «Não há tempo para lamentos, é altura de pensar no jogo seguinte. Conscientes de que nos primeiros 45 minutos poderíamos ter feito muito melhor e que no segundo tempo demonstrámos o que realmente somos. Uma equipa dominante, que tentou sempre jogar futebol.»
Lage, que até afirmou que o Benfica entrara «bem», acaba, pois, por ter de lidar com nova onda de incerteza quanto às suas ideias para jogos de grande importância. Os adeptos, nas redes sociais sobretudo, imputam igualmente responsabilidades. Não só ao treinador, mas também. Muitos exigem uma equipa dominadora e ofensiva.
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