Pedro Gonçalves assistiu Ioannidis e depois fez um golaço em Alvalade. Foto: Miguel Nunes
Pedro Gonçalves assistiu Ioannidis e depois fez um golaço em Alvalade. Foto: Miguel Nunes

Faltava ímpeto grego para se soltar a categoria de Pote (notas do Sporting)

Pedro Gonçalves andou desde cedo à procura de oportunidades para contornar um Alverca bem organizado; Ioannidis saiu do banco para lhe dar a solução imediata. Depois ele próprio 'soltou a franga'
O melhor em campo: Pedro Gonçalves (8)
Aos 13 minutos já mostrava ao que vinha, assistindo Suárez para um possivel 1-0. Cinco minutos depois atirou ao poste. Aos 42 tentou um daqueles famosos passes para a baliza que tantas vezes resultam em golo, mas o guarda-redes contrário estava atento. Formalmente descaído para a esquerda mas com carta de alforria para aparecer onde deve (porque sabe aparecer onde deve), Pedro Gonçalves prova jogo após jogo ser um dos valores mais brilhantes do futebol português, faltando talvez explicar isto ao público mais específico da Seleção Nacional, que não é necessariamente o de todas as semanas. Aos 68 minutos bateu o canto que Ioannidis transformou no 1-0 e cinco minutos depois fez magia no relvado, desta vez à lei da bomba e não no passe para a baliza. Um grande momento de futebol.

6 Rui Silva — Pode parecer paradoxal, mas em três minutos de jogo fez o mais importante: em duas incursões do Alverca pelo flanco anulou os respetivos cruzamentos, transmitindo a confiança necessária à sua defesa. Voltou a dar-se por ele aos 81 minutos quando, mesmo com a vantagem já consolidada, correu a sério para evitar um canto adversário.

Fresneda — Tremenda infelicidade ao lesionar-se quando o jogo ainda ia no seu início. Tentou continuar mas não dava. Que não passe do susto.

7 Diomande — Mesmo que a frequência tenha sido baixa, obviamente que o Alverca teve os seus momentos. Em dois deles Diomande foi precioso, primeiro correndo em velocidade Bolt para dobrar Maxi na esquerda (23') e muito mais tarde com um corte exemplar em plena área, no qual nada valeu ao adversário atirar-se ao chão (72') — foi mesmo daqueles do famigerado gesto «só bola».

6 Gonçalo Inácio — Cumpriu na perfeição o papel na defesa, talvez lhe tenha faltado maior acutilância, desta vez, no passe longo para o lançamento de ataques (tanto mais que não havia Debast a tentar fazer o mesmo). Serviu Suárez para o que teria sido o 1-0 caso o colombiano não estivesse em fora de jogo. Mais uma exibição segura.

7 Maxi Araújo — É um regalo ver o entusiasmo com que se entrega a cada lance. Defende com bravura (e eficácia) e ataca com uma acutilância própria de quem sabe bem o que é pisar terrenos mais adiantados. Tem feito o seu caminho mais ou menos pela sombra, mas cimenta-se como uma das mais firmes certezas e garantias do atual Sporting.

6 Hjulmand — Jogar mal ele não sabe, está provado. Às vezes é mais preciso e visível, outras vezes anda por ali apenas a arrumar a casa com a abnegação de sempre e a mostrar aos companheiros onde devem estar, e quando, para não haver desarrumações que possam causar mossa à equipa.

6 João Simões — Confiante e afoito. Ajudou o capitão no trabalho-base de organização no meio-campo e não foram poucas as vezes em que surgiu pela meia esquerda a dar apoios fundamentais a Pote e Maxi, dentro da área. Teve duas possibilidades de cabecear com êxito para a baliza contrária e a coisa não saiu, mas só o facto de estar no sítio já diz muito sobre este jovem jogador.

5 Geny Catamo — Equilibra bem a faixa direita, e fê-lo quer com Fresneda (infelizmente para o espanhol por pouco tempo) quer com Vagiannidis. É costume aparecer mais vezes em manobra ofensiva relevante, mas não seria a sua noite. Nota para uma boa assistência que Suárez desperdiçou aos 16 minutos.

5 Francisco Trincão — A classe está lá sempre, bem como a capacidade de, por vezes, resolver problemas dentro de uma autêntica cabine telefónica cheia de adversários da qual sai com a bola como se não se tivesse passado grande coisa. Nesta fase, porém, falta-lhe a centelha que decide jogos. É um estado ao qual voltará rapidamente, por certo.

7 Suárez — Aos dois minutos de jogo, sem quase dar tempo para toda a gente aquecer, já estava a rematar à baliza do Alverca. Sempre em movimento e de olho no alvo principal, esteve uma vez mais em ótimo nível. Marcou mas não contou, pouco depois do intervalo, porque estava 8 centímetros fora de jogo.

5 Vagiannidis — Rendeu Fresneda e parecia que estava a jogar desde o início, sem ele estranhar a equipa ou a equipa estranhá-lo a ele. Sem grande brilho, mas com exibição positiva.

5 Quenda — Deu um pouco mais de verticalidade ao jogo leonino, e é importante referir que ainda estava tudo empatado quando entrou. Sem desequilibrar como noutras ocasiões, mostrou que a sua presença impõe respeito aos adversários.

7 Ioannidis — Um poço de força que chegou à meia hora final para revolucionar o jogo. Sempre de baliza na mira, apto para o duelo físico e cheio de vontade, foi determinante na vitória ao apontar o primeiro golo, na sequência de canto de Pote.

6 Alisson — É inevitável: quando entra perto do final, com algum espaço e uma vitalidade fora do normal, mexe com os jogos. Esteve duas vezes perto do golo da tranquilidade final.

Morita — Entrada discreta em jogo quando quase tudo estava decidido.