Esgaio despede-se oficialmente: «Sinto que fui um jogador importante»

Obrigado, Ricardo Esgaio. Foi desta forma que os leões se despediram de um dos jogadores que mais tempo jogaram de leão ao peito. Contas feitas, 17 temporadas. Meia vida para o ala direito, hoje com 32 anos, que está de malas feitas para rumar ao futebol turco, nomeadamente o Karagumruk. Esgaio despediu-se esta segunda-feira com o sentimento de dever cumprido e um enorme orgulho pelo percurso de leão ao peito. 

«Foi um orgulho vestir a camisola do Sporting. Desde que cheguei aqui com 13 anos tinha isto em mente. Mas conseguir fazer 17 épocas, não consecutivas, é certo, mas 17 épocas, é o meu maior orgulho. Tentei dar o máximo de mim pelo clube e é simples: vou continuar a apoiar», começou por dizer Ricardo Esgaio, que lembrou os muitos altos e baixos desde que entrou na Academia de Alcochete, com apenas 13 anos. 

«Fico muito orgulhoso. Consegui conquistar tudo pelo Sporting. Tinha um objetivo não só das taças mas de poder ser campeão. Foram duas vezes e estou muito orgulhoso. Momentos marcantes, talvez a minha estreia... uma memória que fica, numa altura em que não era o Sporting de hoje. Não foi trajeto fácil, cheguei com 13 anos e nessa altura é complicado. Aurélio Pereira ajudou-me bastante, sempre com a intenção de ficar por cá, por dar continuidade», lembrou. 

Pelos leões venceu todos os troféus nacionais. Sorriu, chorou, mas foi, sobretudo, um exemplo de dedicação para os mais novos. É dessa forma que deseja ser lembrado. 

«Podem olhar para mim como um exemplo. Tentei dar o melhor para ajudar, mesmo na brincadeira meto-me com os mais novos, para não pensarem que são sempre coisas bonitas, porque não são, tento passar isso. Nem sempre vamos estar por cima e é isso que tento passar. É importante que desfrutem do futebol. Acho que cada vez se fala menos nisso. Falamos muito de táticas e pouco de futebol. Não se foquem apenas em chegar a equipa A mas que procurem sempre as razões pelas quais começaram a jogar futebol. Aproveitar para desfrutar porque depois haverá um caminho longo para se chegar a uma equipa principal», reforçou. 

E até foi mais longe: «Sinto que fui peça importante para os miúdos, os jogadores que foram chegando, para fazermos um grande percurso. Quero ser lembrado como o jogador trabalhador que ajudava toda a gente para conseguir objetivos. Não tinha duas caras, jogando ou não, vão lembrar-se de mim como a boa pessoa que andava aqui a ajudar toda a gente e isso é importante. O futebol não é só jogado dentro do campo e é preciso criar um grande grupo para se conseguir os objetivos.» 

A terminar, Ricardo Esgaio lembrou as diferenças do Sporting atual com o antigo. Mais forte, coeso e consistente. As expectativas de futuro são as melhores. 

«Na altura tínhamos uma política diferente. Quero desejar a maior sorte do mundo a todos. Que voltem a dar o melhor deles porque se o fizerem vão conseguir os objetivos. É um orgulho ver o Sporting da maneira como cresceu e evoluiu e que agora consegue bater de frente com qualquer equipa», terminou.