Eis o grego que bateu recorde de Yamal e é a cara da Grécia em renovação

Depois de uma derrota em casa com a Escócia por 0-1, a Grécia reorganizou-se e, com uma exibição plena de eficácia, ganhou em Hampden Park por 3-0, para dar a volta à eliminatória e chegar à principal divisão da Liga das Nações. Com uma média de 22,7 anos de idade no onze inicial, foi a seleção mais nova das 24 que entraram em campo no último domingo. Do outro lado, os escoceses, em média 7,5 anos mais velhos, foram os mais velhos. Vangelis Pavlidis, avançado do Benfica de 26 anos, foi o terceiro mais velho no onze helénico (e o capitão), só atrás dos defesas Giannoulis, 29 anos, e Mavropanos, 27. O brilho maior veio de Konstantelias, médio ofensivo nascido em 2003 que marcou um golo e assistiu os outros dois, Tzolis, de 2002, que fez mais um, e Karetsas, que é mais novo que... Lamine Yamal.

Aos 17 anos, feitos a 19 de novembro, Konstantinos Karetsas, médio-ofensivo do Genk, já é uma certeza no futebol grego, que continua a criar pérolas e a atravessar um período de renovação. No ano passado, as conquistas do Olympiakos na UEFA Conference League e na Youth League mostraram a ascendência helénica no desporto-rei e, da equipa que bateu o Milan por 3-0 na final da Liga dos Campeões de formação, um dos jogadores, Christos Mouzakitis, foi titular. Com Karetsas, o percurso foi um pouco diferente.

Karetsas nasceu na Bélgica, onde joga desde sempre. Filho de pais gregos, representa, desde 2022, o Genk, onde surgiu na equipa principal com 16 anos, no passado dia 4 de maio. Esta temporada, cimentou-se como membro da equipa principal e, em 25 partidas, já marcou dois golos.

A estreia internacional não tardou, mas, como explica Stephen Kountourou, jornalista grego, à BBC, foi difícil conseguir garantir o jovem jogador. «Tivemos de lutar com unhas e dentes com a Federação Belga para que ele não os representasse, porque ele não é só visto como um talento razoável, mas como uma das grandes promessas do futebol internacional», explicou. Ainda assim, o jogador só tem olhos para a terra-natal dos pais: «O meu coração bate apenas pela Grécia, a minha pátria preenche-me totalmente.»

Para as partidas de acesso à Liga A da Liga das Nações, Ivan Jovanovic convocou pela primeira vez o criativo. E depois de uma derrota em casa com a Escócia, a formação helénica mostrou mais frieza e experiência que a adversária. Ao minuto 42, Karetsas recebeu à direita e, de primeira, atirou sem hipóteses para Gordon. Um golo que fica para a história: ao marcar, tornou-se, aos 17 anos e 124 dias, no jogador mais novo de sempre a marcar pela seleção grega , batendo o recorde de Sotiris Ninis, que, em 2008, marcou ao Chipre. Tinha, na altura, 18 anos. Mas não só. Numa altura em que o mundo do futebol se pasma com Lamine Yamal, que ainda nem 18 anos tem, Karetsas apareceu para 'roubar' um recorde ao prodígio espanhol: é o mais novo de sempre a faturar na Liga das Nações.

A renovação grega está aí, 21 anos depois da maior conquista da história, o Euro 2004, em Portugal. A jovem seleção mostra uma nova fase e, depois de anos de jejum, começa a voltar a aparecer nos grandes palcos europeus.