Treinador do Benfica confrontou o juiz da partida no final

Culpa «inexplicável», continuidade inequívoca e descontrolo: tudo o que disse Mourinho

Técnico do Benfica não poupou críticas a Gustavo Correia e a João Bento. Responsabilizou também os jogadores, mas frisou o «peso» que «carregam»

Análise à partida

«Culpa nossa, culpa do árbitro e culpa do VAR. Culpa do árbitro por assinalar um penálti que está tipificado em todo o lado como não penálti. E um erro, e estou a ser simpático a chamar de erro, do VAR que tem como missão ajudar o árbitro a não cometer erros e faz um erro grosseiro. Culpa enorme e gritante do VAR. Culpa nossa porque não fechámos totalmente o jogo. Com o 2-0 fechámos e depois o árbitro e o VAR abriram. Mas mesmo na primeira parte tínhamos de fechar. Na primeira parte temos de fechar. Estamos a jogar com uma equipa que só defende, que não conseguia sair, que dominámos completamente recuperámos muito rápido a bola. Jogámos contra um bloco muito baixo e não temos grande presença na área, mas mesmo assim construímos muito pelos dois corredores, metemos muita intensidade no jogo. Quando fizemos o 1-0 a intensidade baixou. Depois chegamos ao intervalo e temos o Enzo [Barrenechea] doente. Para dar a mensagem à equipa que estamos a ganhar, mas temos de fechar o jogo não coloquei um jogador defensivo, meto o Prestianni exatamente para dar o sinal de 'vamos fechar o jogo o mais rápido possível'. Fizemos, ou pensámos que tínhamos feito. Quando o VAR e o árbitro reabrem o jogo voltámos a ter a iniciativa. Depois cometemos em posse e uma equipa que não fez um remate tem a fortuna de fazer um golo. Conclusão da história: culpa nossa, jogadores e treinador, responsabilidade gigante da arbitragem de um modo inexplicável. Prefiro ficar por aqui»

Cenários eleitorais hipotéticos

«Caso o presidente Rui Costa não tivesse ganho as eleições, a minha intenção era continuar no Benfica. Seria duro para mim, perder o trabalho diário com três pessoas que gosto muito e gosto muito de trabalhar, como o Presidente Rui Costa e os diretores Simão Sabrosa e Mário Branco. Seria duro, mas em função do respeito com que sempre fui tratado durante a campanha, não só do Dr. Noronha Lopes como por parte de todos os candidatos, a minha intenção seria continuar. Com todo o respeito pelas pessoas, teria de me reunir para perceber se havia empatia funcional e as dinâmicas, mas a minha intenção era continuar. Podia ser puxa-saco e dizer que no Benfica só com Mário Branco, Rui Costa e Simão, mas prefiro ser honesto»

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Análise à votação e resultados da segunda volta

«O Benfica merece mais respeito da parte de todos, quando digo de todos, também digo dos meus jogadores, não digo de mim porque tenho um respeito interminável. Pode acontecer que algum jogador não saiba ainda o que é o Benfica. Sinto que há muita gente que neste momento não respeita o Benfica. Há uma dualidade gritante de critérios a todos os níveis seja ao nível mediático, arbitral, o Benfica é grande demais e merece outro tipo de respeito. O Benfica é de exigência máxima. Podemos não ser o melhor jogador ou treinador do mundo, mas temos de ter o nível máximo de exigência e responsabilidade. Ao longo destas semanas assisti a diversas situações que me magoam e me fazem pensar coisas que gostaria de não pensar. Há coisas que estão a ser levadas ao limite. Por exemplo, ontem fizeram-me chegar um excerto.. Não sei se hei de apelidar de comentário ou se dos haters da nova geração... alguém que insultou profundamente mais de 65 mil benfiquistas. Cheira mal.»

Teor da conversa com Gustavo Correia no final da partida

«Estava a tentar que o diretor Mário Branco ficasse pelo cartão vermelho que o árbitro lhe mostrou e controlasse as suas emoções que eram fortes.»

Sugestões para melhorar clima no futebol português

«Há países em que o futebol está acima do clubismo e há países em que o clubismo está à frente, em Portugal a nossa natureza é o clubismo estar à frente. Há clubes que estão contentes com isto, há clubes que não estão. Enquanto for assim é complicado. Uma coisa que gostava de ter a oportunidade de fazer era perguntar ao VAR por que razão não interferiu. Como não tenho hipótese de falar com ele diretamente, gostava que os seus responsáveis nos pudessem responder porquê. O árbitro em campo errou, mas o VAR permitir esse erro... Gostava de sentir. A realidade é que perdemos dois pontos e houve outros que ganharam dois. É assim que se ganham campeonatos, é assim que se perdem. Não consigo separar o que está a acontecer a nível arbitral e aquilo que é a equipa de futebol, que tem de fazer mais. Os jogadores sentem esse peso, carregam com eles os comentários que fazem, carregam o que se diz. Tento ir por outro lado da nossa missão, mas é um peso que eles carregam. Quando carregas esse negativismo é mais complicado.»