Cuidado Benfica, está a chegar alguém conhecido que «transforma em ouro tudo em que toca»

David Neres será, para os benfiquistas, a maior atração do Nápoles, amanhã, na Luz, não só pelo carinho que dele guardarão mas também pelo grande momento de forma que atravessa. Três golos e uma assistência nos últimos três jogos na Série A poderiam deixar entusiasmado qualquer mortal, mas ao avançado brasileiro de 28 anos nem por isso.

A entrevista rápida à DAZN no final do jogo com a Roma (1-0), no qual marcou o golo da vitória, a 30 de novembro, na capital italiana, depois de ter sido eleito o melhor em campo, propagou-se como vírus pela Internet. «É um momento mágico para si. Dois golos contra a Atalanta, depois uma grande exibição na Champions [contra o Qarabag] e o golo decisivo esta noite. Está de volta?», perguntou-lhe a jornalista.

Neres, naquele jeito de que nada deve a alguém, indiferente à explosão de alegria da equipa, respondeu simplesmente: «Nunca fui embora. Sempre estive aqui.»

É, como tal, o avançado brasileiro que os benfiquistas depressa aprenderam a gostar que está de volta. Reforçado com a confiança de ter marcado dois golos na vitória sobre a Atalanta (3-1), em casa, a excelente exibição na Champions, o golo do triunfo em Roma e, anteontem, a notável exibição contra a Juventus (2-1) — assistiu Rasmus Hojlund para o primeiro de dois golos do dinamarquês.

O incenso da Imprensa desportiva na adoração ao internacional brasileiro depressa se espalhou. Todos os jornais o elogiaram.

Começando pela Gazzetta dello Sport, que lhe atribuiu nota 7,5 (de zero a 10), considerando que com o centro para Hojlund «conduziu o Nápoles à vitória» e acrescentando num tom de festa de aldeia: «Mais uma voltinha, mais uma oferta».

O Corriere dello Sport — também o avaliou com 7,5 — assinala que Neres vive em «estado de graça» e que «passou por cima de quem lhe apareceu pela frente, sobretudo na primeira parte», não esquecendo a assistência «com estilo».

O Tuttosport, de Turim, sublinha que Neres «está numa condição psicofísica monstruosa e transforma em ouro tudo em que toca». Acrescenta-se, no que poderá servir de aviso a José Mourinho, que «é simplesmente imparável quando parte para o um contra um». Recebeu nota 8.

O jornal Il Matino, de Nápoles, também é generoso. Nota 8. «Um verdadeiro brasileiro. Rouba o coração às pessoas. Deliciosa facilidade com que toca cada bola. Sai sempre alguma coisa que vale, por si só, o preço do bilhete», pode ler-se, para lá de ter somado «bons desarmes, ter levado Koopmeiners a passear» e de ter sido, em resumo, imparável.