Como uma ida a Paris mudou a história de Marco Silva

O Fulham é considerada uma das equipas do momento na Premier League. Ainda sem ter perdido frente aos cinco primeiros da classificação, a formação de Marco Silva fez história no Boxing Day ao vencer o Chelsea (2-1) em Stamford Bridge, onde os cottagers não ganhavam há 45 anos - e há 61 se as contas forem para confrontos na Premier League.

Um triunfo dramático, com direito a reviravolta, que fez o treinador português correr junto à linha, pleno de euforia, desfecho perfeito num ciclo que tem uma viagem à capital de França como gatilho.

De acordo com o Daily Mail e confirmado por A BOLA, após a derrota por 1-4 frente ao Wolverhampton para a Premier League, a 23 de novembro, o  técnico disse ao plantel para realizar logo o jantar de Natal. Os jogadores perguntaram-lhe se podiam ir a Paris e ele aprovou. «Para limparem a cabeça», disse-lhes.

Coincidência ou não, o Fulham nunca mais voltou a perder desde aí - empate (1-1) com o Tottenham, vitória (3-1) frente ao Brighton, empates com o Arsenal (1-1), Liverpool (2-2) e Southampton (0-0) e triunfo frente aos blues, com golos apontados aos 82' (Harry Wilson) e 90+5' (Rodrigo Muniz), dois jogadores que vieram do banco - são já oito os pontos conquistados por suplentes.

Neste ciclo também teve influência, do ponto de vista da união de grupo, o facto de ter sido Marco Silva a convidar (e a pagar) um jantar após o empate a duas bolas frente ao líder Liverpool - um convite que se estendeu a todo o staff e funcionários do clube.

«No futebol como na vida, se hoje dás, amanhã recebes de volta», é o mantra que o treinador português usa em muitos discursos de balneário, como aquele que o Fulham divulgou nas redes sociais depois da incrível reviravolta (2-1) diante do Brentford, com golos aos 90+2' e 90+7' de Harry Wilson.

Disciplinador mas tratando todos por igual (assim o dizem vários ex-jogadores ouvidos pelo Daily Mail), proibiu o consumo de creme de maçã na ementa dos jogadores e faz questão de fornecer a cada futebolista a estatística individual no dia a seguir ao jogo, começando logo aí  a preparação da partida seguinte.

Dois anos e meio depois de devolver o Fulham à Premier League, Marco Silva namora os lugares europeus após duas épocas de afirmação (10.º e 13.º). Numa equipa sem grandes estrelas, mas na qual todos viajam para o mesmo lado. Até para Paris.