Rodrigo Mora celebra com Francisco Moura o golo que marcou ao Casa Pia, jogo da última jornada da Liga Portugal Betclic
Rodrigo Mora foi o autor do único golo do último jogo do FC Porto, visita a Rio Maior para defrontar o Casa Pia - Foto: IMAGO

Cinco jogos, cinco vitórias

#Minuto92 é o espaço de opinião quinzenal de Ricardo Gonçalves Cerqueira, sócio do FC Porto, jurista e gestor de empresas

Cinco jogos, cinco finais para disputar com pragmatismo e cientes da realidade que se impõe. O FC Porto precisa de vencer os jogos com o Famalicão, Estrela da Amadora, Moreirense, Boavista e Nacional da Madeira e aguardar por uma exibição menos inspirada do SC Braga, de forma a alcançar o terceiro lugar e garantir o acesso à pré-eliminatória da Liga Europa.

Cinco jogos para vencer com brio e de forma competente, honrando os pergaminhos e a história do clube. Disputar todos os lances, a última bola, aquele último duelo, até ao limite. O FC Porto fez-se sempre assim. Sangue, suor e muita determinação. Nas alturas mais críticas, nos momentos mais tensos, a equipa transcendia-se, superava-se, dava mostras da sua valia, da sua têmpera dentro de campo. Ninguém, nenhum adversário, queria a vitória mais do que nós. Sempre fomos imbatíveis na crença, na vontade, na disputa do último lance, até ao derradeiro suspiro. Para nós, FC Porto, é a valer do primeiro ao último minuto.

E é exatamente isto, esta intensidade competitiva, que se espera agora dos jogadores do FC Porto nestas derradeiras cinco jornadas. Discernimento, competência e querer ganhar. Mais do que o adversário. Para lá do adversário. Vencer pela instituição que representam. Vencer pelos sócios e adeptos que durante a época sempre lhes prestaram apoio e deram o aplauso, apesar das deceções a que foram assistindo dentro de campo.

É, pois, chegada a hora de exigir que a equipa, apesar de notórias fragilidades, retribua nesta reta final. Retribua com cinco vitórias. Retribua com a conquista de 15 pontos. Retribua com exibições sólidas, convincentes e retribua com a qualificação para as competições europeias. Do que depende diretamente de nós, do nosso esforço e do nosso sacrifício, não podemos claudicar.

O universo de adeptos e sócios do FC Porto exultam com vitórias, com conquistas e troféus. Assim foi ao longo das últimas três décadas. Mas há algo que se coloca para lá desta circunstância: no jogo jogado, jornada a jornada, aqueles que envergam a camisola azul e branca têm de corporizar os valores FC Porto. Para lá de vitórias, os sinais de superação e de abnegação vindos das quatro linhas, são elementos que sempre nos diferenciaram, e deles não abdicaremos. Os adeptos não lidam bem com a derrota, com exibições cinzentas e a perda consecutiva de pontos. Pior ainda com a displicência e a falta de compromisso competitivo.

O evidente esforço de recuperação financeira e de credibilização institucional envidado pela atual administração deve ser acompanhado do consequente sucesso desportivo. As duas variáveis são, aliás, interdependentes. O compromisso de restabelecimento reputacional económico-financeiro da instituição está, aliás, em marcha. A administração da SAD desbloqueou há poucas semanas um financiamento de 115 milhões de euros através de uma oferta privada de obrigações, a que se somou um empréstimo obrigacionista num montante de 20 milhões de euros, e ainda outro, mais recente, de 50 milhões. Isto para fazer face às responsabilidades de curto e médio prazo e dar cumprimento a todas as obrigações pecuniárias junto de colaboradores, fornecedores e demais parceiros. A previsibilidade financeira e o reforço de tesouraria trazem consigo o desafogo necessário para encarar com maior serenidade a preparação da próxima época desportiva.

Impõe-se, também por isso, similar grau de compromisso aos atletas e elenco técnico no que concerne à recuperação desportiva e exibicional no imediato. Por brio profissional, por respeito à instituição que devem servir e sobretudo aos milhares de portistas que semanalmente sacrificam a sua vida pessoal e familiar para estar ao lado da equipa.

Com cinco jornadas da Liga por disputar e o Mundial de Clubes à porta, estão reunidas as condições de exigência para que este lote de jogadores demonstre que o tal ADN Porto vive, ainda, no Dragão.

Sinal mais: 150 mil sócios

O FC Porto alcançou a meta dos 150.000 sócios. No período de 1 ano, o Clube passou dos 131 mil para os 150 mil associados, um crescimento de 14,5%. O novo portal do associado veio otimizar o processo de adesão e de readmissão de antigos sócios e contribuiu para que a interação do universo portista e a dinâmica diária do Clube se faça, hoje, de forma mais simplificada.

Sinal menos: arbitragem portuguesa

De entre os 117 árbitros selecionados para participar no Mundial de Clubes, não há um único português. Sinal de alerta, que deve merecer a reflexão dos árbitros nacionais e de quem os representa

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