Carreras tem os pés bem assentes no Benfica
Desde Alejandro Grimaldo, que deixou a Luz no verão de 2023, rumo ao Bayer Leverkusen, que o lado esquerdo da defesa do Benfica não vivia tempos tão tranquilos. Uma parte do mérito pertencerá ao treinador do Benfica, Bruno Lage, que manteve e consolidou a aposta iniciada na era Roger Schmidt, mas a dose maior deve ser entregue a Álvaro Carreras, um espanhol de 21 anos contratado em definitivo este verão, por €6 milhões, depois de seis meses de empréstimo na temporada passada.
A imagem que o jogador está a deixar é tão boa que o problema, agora, na ótica dos benfiquistas, é perder Carreras, que tem despertado o interesse de clubes do seu passado, Manchester United e Real Madrid, e tem chamado também a atenção de novos candidatos — Liverpool será um dos mais sérios.
O Benfica corre, pois, o risco de perder rapidamente o jogador, mais a mais quando se sabe que o United, agora liderado por Ruben Amorim, tem argumento de peso para conseguir novamente o esquerdino: introduziu no contrato uma cláusula que lhe permite recomprar o passe por apenas €20 milhões. E pode exercer tal direito até 2026.
Muito do futuro de Carreras está, no entanto, nas mãos, na cabeça e no coração do próprio Carreras. O Benfica não desejará certamente perder um jogador tão prometedor por apenas €20 milhões, mas o jogador tem de querer ficar na Luz. Ao mesmo tempo, o United tem de garantir que o espanhol tem de querer voltar. Rúben Amorim, naturalmente, é trunfo, pois é admirado pela generalidade dos jogadores e Carreras ainda viu o fenómeno acontecer em Portugal.
A informação a que A BOLA teve acesso indica que, para já, o Benfica pode estar descansado. O coração e a cabeça do futebolista estão na Luz e até ao final da temporada não se adivinham problemas em relação ao futuro do espanhol.
Carreras estará, pois, a saborerar o momento e completamente concentrado no Benfica e nos objetivos do clube para a temporada, ciente de que a sua carreira está a mudar rapidamente e para muito melhor, depois de alguma intermitência no Manchester United e no Granada, o clube espanhol onde passou a primeira parte da temporada passada, antes de mudar-se para a Luz.
O canhoto, refira-se, estará a passar a melhor fase enquanto jogador profissional, feliz na relação com o clube e com a cidade de Lisboa, apaixonado pelos adeptos do Benfica, que o estarão a brindá-lo com apoio que ainda não havia sentido — o golo ao FC Porto foi vivido de forma muito especial não apenas dentro de campo, mas igualmente do lado de fora, nos dias que se seguiram ao clássico (4-1).
Álvaro Carreras, recorde-se ainda, começou a temporada na sombra do alemão Jan-Niklas Beste, contratado ao Heindenheim para ser o teórico titular, dado que o espanhol não convencera por completo em 2023/24 e os dois laterais-esquerdos que alinharam no Benfica na mesma temporada, David Jurásek e Juan Bernat, ainda menos.
Carreras beneficiou de uma lesão muscular do companheiro de equipa para chegar à titularidade, mas desde então manteve-se firme no onze titular e tem consolidado a posição com excelentes exibições, traduzidas não só em segurança para o setor, como também em golos e assistências.