Empurrada pela enorme popularidade de Cristiano Ronaldo, a Seleção de Portugal é a primeira com mais fãs no Instagram
Empurrada pela enorme popularidade de Cristiano Ronaldo, a Seleção de Portugal é a primeira com mais fãs no Instagram (Foto: Imago)

@Brasil persegue Portugal

'JAM sessions' é o espaço de opinião semanal de João Almeida Moreira, correspondente de A BOLA no Brasil

Não, o título não tem nada a ver com os brasileiros que, na solidão das redes, atacam os portugueses com memes às vezes, poucas, engraçados. Tem a ver com futebol. Tem a ver com as seleções dos dois países. A seleção brasileira, única pentacampeã mundial, é apenas a segunda do planeta com mais fãs no Instagram. A primeira? Pois é, a do pequenino Portugal empurrada pela enorme popularidade de Cristiano Ronaldo. O resultado está em 20,8 milhões a 18,1.

Para buscar a liderança, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicou uma alteração: o perfil oficial da seleção brasileira passou de @CBF para @Brasil, uma mudança, dizem os especialistas, de impacto.

«Nomes e símbolos importam: a mudança reafirma a seleção como um dos principais símbolos nacionais e, do ponto de vista das redes, @Brasil é bem mais simples para interações», analisa Alexandre Vasconcellos, gerente regional da Flashscore no Brasil.

Atual campeã do mundo e com o fenómeno Messi como rosto, a Argentina tem meros 14,6 milhões de seguidores talvez porque continua com nome em alusão à confederação: @afaseleccion. A Alemanha, com o nome esquisito @dfb_team, só 7,2, muito pouco para uma seleção tetra mundial e tri europeia.

«Existem duas ótimas justificativas para a mudança: a primeira, a péssima reputação da CBF entre os brasileiros, a segunda, a relação com o público estrangeiro», acrescenta Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa norte-americana de entretenimento e gestão de atletas comandada pelo cantor Jay-Z.

Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências desportivas, defende que a mudança venha «acompanhada de um conteúdo que consiga atrair diferentes tipos de públicos».

«A CBF está a dar atenção ao segmento digital, um dos principais pilares de qualquer instituição desportiva não apenas para uma comunicação estratégica mas também para monetização», afirma René Salviano, CEO da Heatmap e especialista em patrocínios e ativações de marketing desportivo.

«As redes sociais podem trazer parcerias comerciais com os atuais parceiros da seleção e futuros colaboradores», acrescenta Henrique Borges, VP executivo de vendas, marketing e novos negócios da Somos Young.

«A nova gestão da CBF demonstra que as redes sociais da entidade serão geridas com outro ênfase buscando a aproximação junto aos mais jovens», indica Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing desportivo.

A nova gestão é liderada por Samir Xaud, que substituiu Ednaldo Rodrigues num processo jurídico que fez a seleção brasileira, ainda @CBF, perder quase 100 mil seguidores em 30 dias...