Benfica: Kokçu foi aos Países Baixos enquanto não se cura da lesão
Orkun Kokçu foi aos Países Baixos, devidamente autorizado pelo Benfica, enquanto não se cura totalmente de uma lesão no pé direito que o atormenta há mais de um mês.
A BOLA testemunhou a chegada do médio turco, na noite de quinta-feira, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, de um voo proveniente de Amesterdão. O jogador não se pronunciou sobre o assunto e o clube também não prestou mais esclarecimentos.
Kokçu não deverá ser opção para Roger Schmidt para o dérbi frente ao Sporting, domingo, no Estádio da Luz. O futebolista mais caro da história do futebol português tem-se debatido com uma fascite plantar no pé direito, lesão que, não sendo grave, é bastante limitativa.
«É uma inflamação na fáscia na planta do pé. Trata-se de uma membrana que vai do calcâneo, no calcanhar, até aos dedos. É uma situação mais recorrente em desportistas que estão sujeitos a um permanente impacto em pisos mais duros», explicou a A BOLA Luís Horta, doutorado em Medicina Desportiva.
«Há fatores de risco associados, nomeadamente o formato do pé. Se for demasiado cavo, ou seja, muito curvo, a tendência para surgir esta lesão é maior, porque o esforço da fáscia é maior», acrescentou o atual professor da NOVA Medical School e antigo presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).
É um tipo de lesão que pode, em casos mais extremos, levar o paciente à mesa de operações. «Mas só se fizer tanta pressão no calcâneo que o osso produza um espigão. Aí, só com cirurgia». Mas não parece ser este o quadro clínico do jogador contratado no defeso ao Feyenoord por €25 milhões.
«O tratamento é feito à base de ultrassons, gelo e, nos casos mais agudos, a introdução de corticoides na zona inflamada, com uma agulha. São anti-inflamatórios fortes que obrigam a uma paragem do desportista para o devido repouso», lembrou Luís Horta, apontando o «triplo salto» como a modalidade onde este tipo de lesões é mais recorrente, embora não considere uma «raridade» no futebol. «Para prevenir, os jogadores mais propensos a fascites têm de usar uma palmilha especial para compensar.»
Primeiros sinais
Os primeiros indícios da lesão surgiram a 7 de outubro, quando Kokçu falhou o jogo frente ao Estoril. Ainda viajou para a Turquia, mas não participou em qualquer dos dois jogos da seleção. Regressou à competição na segunda parte do encontro em casa frente à Real Sociedad, a 24 de outubro, mas quatro dias depois o Benfica anunciava, no boletim clínico, que o centrocampista de 22 anos estava a recuperar de uma fascite plantar no pé direito que impunha, apurou A BOLA à data, uma paragem de três semanas.
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