«Aquele dia em que ganhámos o bicampeonato na Luz contra o Sporting marcou-me. Estava feliz
— Já no Benfica, ainda foi emprestada no início ao Damaiense, vive as grandes conquistas do clube e no final é emprestada ao Torreense. Pode fazer-nos um resumo desta parte mais competitiva?
— Fui para o Damaiense ganhar maturidade. Joguei pela primeira vez um ano na Liga BPI. No Benfica ia de vez em quando às seniores. Esse ano no Damaiense foi muito importante. Entretanto voltei ao Benfica, ganhámos campeonatos, Taça da Liga, estive a tempo inteiro com as seniores. Foi muito bom. Fomos à Champions, estreei-me na Champions com o Lyon. Depois fui para o Torreense porque precisava de jogar mais. Foi o melhor porque depois consegui ir jogar para fora [estrangeiro]. O meu processo foi bom e espero continuar a evoluir.
— Se pudesse escolher um só momento desses anos, qual seria?
— Quando ganhámos o bicampeonato no Estádio da Luz contra o Sporting. Foi incrível. Desde logo porque estávamos no Estádio da Luz. Agora é recorrente a equipa feminina jogar na Luz, mas naquela altura era mesmo só em jogos muito especiais. Aquele dia marcou-me. Até porque estava mais inserida no processo, acabei muito bem a época, estava feliz. Esse foi um dos melhores momentos que vivi no Benfica.
— Saiu do Benfica e vai para um clube chamado Pyunik em Yerevan, capital da Arménia. Como é que uma jogadora profissional lá parar?
— Tive oportunidade de ir para lá jogar as pré-eliminatórias da Champions. Fui para a Arménia, um país completamente diferente de Portugal. Uma cultura completamente diferente.
— Como assim?
— O mais diferente de tudo era a comida. É que não tinha nada a ver. Não havia um arroz 'normal', europeu, isso não existia. As especiarias são completamente diferentes. Por exemplo, agora, estou aqui na Turquia e a comida é muito boa. Na Arménia, mesmo na cidade, parece que estamos num mundo paralelo. Não tem nada a ver. Foi uma experiência diferente, aproveito as coisas boas.
— Mas como reagiu quando alguém lhe disse que tinha uma oferta do Pyukin da Arménia?
— É, pá, primeiro fui pesquisar a cidade porque não conhecia [risos]. Conhecia a Arménia, OK. Mas não tinha qualquer noção. Fui pesquisar, vi que iria para a capital, falei com a minha agente e disse-me: ‘Vamos ver com é a experiência. Se não gostares, estou aqui para te ajudar, se gostares tudo bem’. E eu: ‘OK.’ Aceite, disse à minha família e fui.