A memória é traiçoeira. Estava capaz de apostar que aquele golaço que vi o Chalana marcar ao Fortuna Dusseldorf, na Taça das Taças, tinha acontecido antes da minha estreia como espectador no estádio de Alvalade. Mas não. Esse jogaço foi só em 1981.
Sei que o primeiro jogo que vi ao vivo foi também na Luz — um 8-0 do Benfica ao Belenenses, que tinha na baliza o nosso camarada José Manuel Delgado. «E ainda fui eleito melhor em campo pelo Alfredo Farinha!», responde com graça sempre que lhe lembro este episódio de 1980.
Queria falar, porém, da minha estreia em Alvalade. Foi num Sporting-Marítimo, também em 1980. O meu tio Eduardo quis que ficássemos até os jogadores recolherem aos balneários pela escadaria do topo Sul. O último a sair foi Manuel Fernandes, que por acaso tinha marcado dois golos. Os últimos a sair dessa bancada fomos nós. Ele acenou-nos. Cativou-me para sempre. Tive a felicidade, muito mais tarde, de conhecê-lo nas andanças do futebol e do jornalismo. Já como treinador, claro. Mas o que retenho é esse aceno do grande capitão a uma criança e ao seu tio adolescente. Que descanse em paz.
De chorar por mais
Não nos cansamos, em tempos perigosos, de promover a inclusão. Delicioso o exemplo da Escola n.º1 de Lisboa, em A BOLA de ontem.
No ponto
Outra magnífica reportagem hoje, em A BOLA, sobre a dor ucraniana. É bom saber que o futebol pode amenizar um pouco o pesadelo da guerra.
Insosso
André Villas-Boas não passa uma semana sem nova surpresa relacionada com as contas da anterior administração portista.
Incomestível
O chorrilho de disparates que se ouviu e leu sobre um jogo menos feliz de António Silva mostra o nível primário de alguns adeptos.