Kika Nazareth, internacional portuguesa, e Francisco Neto, selecionador nacional feminino - Foto: IMAGO
Kika Nazareth, internacional portuguesa, e Francisco Neto, selecionador nacional feminino - Foto: IMAGO

2025, o ano horrível das Navegadoras

Lesões, goleadas, pior percentagem de vitórias da era Francisco Neto no comando da Seleção Nacional feminina. São só dores de crescimento?

É indesmentível que a última década trouxe um salto qualitativo sem igual ao futebol feminino português, quer a nível de clubes, quer de Seleção Nacional. Com Francisco Neto como selecionador, Portugal garantiu presenças nas suas primeiras três fases finais de Campeonatos da Europa (2017, 2022 e 2025) e estreou-se em Mundiais (2023) e, época após época, a linha ascendente parecia imparável.

Porém, tudo mudou em 2025, o pior de todos os 11 anos de Neto no comando: sim, houve muitas lesões de jogadoras importantes (Kika Nazareth, Jéssica Silva e Lúcia Alves, por exemplo, falharam vários jogos) e as equipas adversárias foram, na sua maioria, de zonas altas do ranking FIFA, mas é difícil entender o excesso de goleadas pesadas que as Navegadoras voltaram a sofrer desde janeiro e sobretudo a forma como as sofreu.

Francisco Neto considera que é assim, em jogos de elevado grau de dificuldade e sofrendo dores fortes que a Seleção feminina vai crescer a ponto de bater-se de igual para a igual com as melhores. As dores de crescimento são naturais e expectáveis. Mas... não seria já tempo de estarem ultrapassadas?

Certo é que, nos 13 desafios realizados em 2025, Portugal protagonizou os piores resultados da era Francisco Neto. A percentagem de vitórias é a menor de sempre (somente 15,4%, contra, por exemplo, os 83% de 2024, o melhor ano de sempre!), os golos sofridos são de um nível constrangedor (40, à média de mais de 3 por jogo) e quantidade de goleadas que a Seleção ainda sofre tem de ser considerada excessiva, como é evidente no 0-5 sofrido em casa contra o Brasil, anteontem e a fechar o ano, ou em igual derrota com a Espanha na fase final do Euro-2025; ou no 0-6 em Inglaterra; ou ainda no 1-7 em Espanha. É demais!

Segue-se 2026 e a qualificação para o que se espera seja a segunda presença das Navegadoras em Campeonatos do Mundo. A evolução tem de continuar e, de preferência, com resultados mais próximos de 2024. 2025, esse, é para esquecer.