Vídeo: A jogada invulgar que pode ter dado a vitória à África do Sul sobre a França

O França-África do Sul (28-29) deste domingo, disputado no Stade de France, em Paris, ficou marcado por uma ação pouco vista: um bloqueio com as mãos a uma penalidade que pode ter mudado o rumo do jogo de forma decisiva.

Aos 23 minutos, o encontro estava 12-12 e o francês Thomas Ramos ia cobrar uma penalidade aos postes, depois de um ensaio de Peato Mauvaka; colocou a bola junto à linha lateral e recuou para tomar balanço. 

Não contava era com a chegada abrupta do sul-africano Cheslin Kolbe – que já foi seu colega de equipa no Toulouse - que com as mãos ao alto afastou a bola de forma espetacular. Dois pontos que poderiam ter sido convertidos e não foram, com Kolbe a correr cerca de 20 metros para o travar.

Veja:

E de outro ângulo:

Os adeptos franceses ficaram incrédulos. Imagina-se que para o leigo do râguebi, alguém que só vê os mundiais de 4 em 4 anos, possa ter parecido estranho, até um pensamento de ‘ele pode fazer aquilo?’, mas mesmo para os jogadores é pouco comum, como atestou Ramos no final.

«Sabendo que esta é a minha rotina habitual, não sinto que estou muito perto da linha dos 22 metros. Terei que ver as imagens novamente, mas quando chuto, sinto que ele está em cima de mim. Isto nunca me aconteceu», explicou.

O sul-africano abordou também o lance:

«Acho que seguramente ajudou o facto de ter jogado com o Thomas [Ramos] durante seis anos e saber o que ele faz. Fiz tudo de acordo com os regulamentos e dentro das regras, estava atrás da linha antes de ele começar a correr para a bola. Tentei correr o mais rápido possível para atacar. Queria fazê-lo sentir um pouco de pressão», explicou.  O selecionador Jacques Nienaber comentou: «Os Boks [springboks, alcunha da seleção africana] estavam dispostos a fazer tudo para vencer na noite. A investida do Cheslin não é vista com frequência , porque é visto como alguém a perseguir uma causa perdida.»

O que diz o regulamento:

«Todos os jogadores da equipa adversária devem recuar para trás da linha de golo e não devem cruzá-la antes de o chutador começar a sua corrida. Quando o chutador começa a corrida ou o chuto, os jogadores da equipe adversária podem atacar ou saltar para tentar impedir que a penalidade seja marcada.»

Acontece que Kolbe é considerado um dos mais rápidos do râguebi atual com uma marca de 10.70 segundos em 100 metros. 

Veja um dos seus ensaios de ontem: