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Os números loucos de Novak Djokovic
«São muitos números, muitos números na cabeça. Wimbledon foi, é, e sempre será o torneio mais especial que temos na nossa modalidade, pelo menos na minha opinião e, creio que também na de muitos jogadores. Significa muito para mim que, aos 38 anos, ainda esteja em condições de jogar na fase final», declarou Novak Djokovic (6.º do ranking) após derrotar o italiano Flavio Cobolli (24.º) nos quartos de final do open britânico, em quatro sets pelos parciais de 6-7 (6/8), 6-2, 7-5 e 6-4 num total de 3.11 horas.
Segue-se a ansiada meia-final face ao italiano e líder do ranking mundial Jannik Sinner, o qual bateu o americano Ben Shelton (10.º) em três sets, com parciais de 7-6 (7/2), 6-4 e 6-4 após 2.19h.
Curioso que Cobolli tem Nole como o ídolo desde criança ainda que, em 2005, quando Djokovic se estreou em Wimbledon, o transalpino, de 23, estivesse longe de sonhar que um dia seria tenista profissional e estariam frente a frente.
Mas, se os números são demasiados na cabeça do sérvio, aí só pode culpar-se a ele próprio. Além de, agora, contabilizar 102 vitórias no All England lawn and Croquet Club, esta passou a ser a 14.ª ocasião que ali atinge a semifinal. Recorde no torneio onde contabiliza sete títulos (2011, 2014, 2015, 2018, 2019, 2021 e 2022) em 11 finais.
Esteve nas últimas seis, tendo ganho as primeiras quatro e acabado batido nas duas seguintes (2023, 2024) pelo espanhol Carlos Alcaraz (2.º), que amanhã, na outra meia-final, discute com o americano Taylor Fritz (5.º) a manutenção da defesa do cetro na relva londrina.
No entanto, os números de Djokovic são muitos mais. No total soma 52 meias-finais em majors. Máximo que divide, na era open, com a retirada americana Chris Evert.
Caso conquiste o torneio pela oitava vez, iguala o recordista de Wimbledon Roger Federer — até ontem também repartia com o suíço o máximo de semifinais — e passa a deter 25 vitórias em grand slams, ampliando o recorde da história do ténis… que reparte com a australiana Margaret Court.
O duelo entre Djokovic e Cobolli foi entusiasmante – provavelmente não muito para o ator Hugh Grant, apanhado pelas câmaras a dormitar na cadeira na Royal Box -, mas Novak teve de contrariar a desvantagem do primeiro set que perdeu por 6-7 após decisão por tie-break de 6/8, vindo depois nos parciais seguintes num domínio em crescendo para terminar com 13 ases, 19/21 em jogos ganhos a servir e cometendo 22 erros não forçados. Flavio Cobolli registou 44, mas teve tantos ases como o sérvio.
Já no duelo com Sinner, que o máximo que logrou foi ser semifinalista em 2023, será um reencontro na relva da capital britânica depois de, nesse ano, ter saído derrotado ante Djokovic por 3-0. No torneio, Novak levou sempre a melhor no frente a frente (2-0) entre os dois.
A dúvida que existe é como estará o cotovelo direto do n.º 1 do mundo, que lesionou ao cair nos oitavos de final contra o búlgaro Grigor Dimitrov (liderava por dois sets), e a que teve de fazer uma ressonância magnética. Ontem apareceu com uma manga protectora. «Quando se está num jogo com muita tensão, tenta-se não pensar nisso. O cotovelo melhorou muito de ontem para hoje», garantiu Jannik que cumprirá a quarta semifinal seguida num grand slam após esta temporada ter ganho o Open da Austrália e Roland Garros, a que juntou ao triunfo no Open dos Estados Unidos em 2024.
No sector feminino, a polaca Iga Swiatek (4.ª) eliminou a russa Liudmila Samsonova (19.ª) por 2-0 (6-2 e 7-5) e a suíça Belinda Bencic (35.ª) bateu a russa Mirra Andreeva (7.ª) igualmente por 2-0, com ambos os sets a serem resolvidos em tie-break, 7-6 (7/3) e 7-6 (7/2).